O que mantém moradores, comerciantes e pessoas que circulam pelo Centro de Joinville em alerta é o número de roubos e furtos que ocorrem na região em qualquer horário do dia ou da noite. Apesar dos números deste tipo de crime terem diminuído no último ano, o percentual de ocorrências no Centro em relação ao total registrado na cidade ainda é expressivo e isso acaba gerando uma sensação de falta de segurança.
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Registro de furtos no Centro corresponde a quase 10% do total de Joinville
O empresário Paulo Hermes, que mantém comércio aberto há cerca de 15 anos na rua João Colin, no Centro, é um dos que considera que há melhora nas condições de segurança da região, muito influenciada pelas ações promovidas nos bairros (de aumento do combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado, por exemplo). No entanto, para ele existe a necessidade de mais avanços.
Um dos fatores é que praticamente toda semana os comerciantes e transeuntes relatam uns aos outros ou até mesmo presenciam assaltos de pequeno ou médio porte.
– É uma situação que precisa ser amenizada – pontua Hermes, que também é vice-presidente administrativo da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).
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– Para uma mudança efetiva, primeiro tem que haver uma ação da própria Prefeitura de querer melhorar o Centro. Mas não basta só ter essa vontade ou colocar a culpa na Prefeitura ou no delegado, é preciso que os proprietários dos prédios e os lojistas formem um conjunto amplo para que o Centro seja realmente revitalizado – sugere.
Enquanto essa união de forças não acontece, o cidadão que vive diariamente a realidade do Centro ainda convive com a insegurança, principalmente de assaltos. Esse é o caso de uma vendedora entrevistada por “AN” e que preferiu não se identificar:
– Notamos a venda de drogas nas imediações da loja como o principal problema de segurança hoje e isso acontece à luz do dia. Falta policiamento – relata ela, que se sente refém do medo.
A área citada fica próxima do Terminal, que reúne uma grande concentração de pessoas ao longo do dia. Estimativa da Prefeitura é de que mais de 100 mil usuários do transporte público passam por ali todos os dias. A percepção relatada pela mulher é parecida com a de outros moradores e trabalhadores.
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– A questão das drogas precisa ser combatida todos os dias, porque se não há esse combate os assaltos avançam para o comércio – avalia Paulo Hermes.
Para o gerente comercial Genésio Stammerjohann, apesar das patrulhas da polícia militar e da guarda municipal na região, não são percebidos policiais andando pelas ruas do Centro diariamente, o que, na visão dos comerciantes, poderia ajudar a combater a criminalidade. O mesmo pensamento é compartilhado pelas lojistas Franciele Breis e Natacha Steffen.
– É preciso mais agentes de segurança na rua, só vemos rondas, mas não adianta somente passar e ir embora porque o ladrão está ali parado e esperando a viatura passar para fazer o serviço dele – reforça Franciele.
De acordo com a Polícia Militar, seus atuais métodos de atuação preventiva, em especial com o videomonitoramento das ruas do Centro, tem como objetivo não haver a necessidade de manter o policial presente em tempo integral na área, mas como parte integrante das diversas operações realizadas na cidade.
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Propostas para melhorar a segurança no Centro
Os comandos das polícias Civil e Militar afirmam haver uma busca constante por melhorias da segurança no Centro de Joinville. Iniciativas colocadas em prática e outras ainda em estudo podem ser motivadoras de avanços para a proteção dos moradores. Conheça algumas das ideias:
PM troca câmeras analógicas por digitais para fortalecer combate ao crime no Centro de Joinville
Polícia Civil
* Existe a intenção de criar uma divisão dentro da Polícia Civil focada nos casos de furtos e roubos, o que impactaria justamente nas demandas de segurança da área central. Esse braço, se criado, deve pertencer à Divisão de Investigação Criminal (DIC). Um exemplo nesses moldes existe em Concórdia, no Oeste de Santa Catarina, a qual a Delegacia Regional de Joinville está em contato para dialogar sobre o assunto.
* A Polícia Civil também acredita que há espaço e necessidade para um aumento do monitoramento por imagens, tendo em vista que o uso da tecnologia tem contribuído para a elucidação de diversas ocorrências. Um dos exemplos positivos vem de um projeto já em curso capitaneado pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), relacionado a cessão de imagens privadas de estabelecimentos do Centro para uso da polícia. A medida faz com que a apuração dos crimes seja mais ágil.
* Uma campanha visa incentivar o uso da delegacia eletrônica para que o cidadão faça de forma virtual os registros de boletins de ocorrência e outros serviços – por meio da internet e de totens eletrônicos nas subprefeituras e empresas parceiras. A expectativa é de que à medida que a comunidade aprender a usar o sistema, os agentes que hoje prestam atendimento possam voltar para a investigação.
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* Outro ponto considerado fundamental para a melhoria nas condições de segurança é o fortalecimento da relação entre as forças de segurança e a comunidade.
Polícia Militar
* A Polícia Militar pretende intensificar as conversas com o Poder Executivo com o ideal de construir um trabalho em conjunto para qualificar a ocupação do Centro e, consequentemente, fazer com que a comunidade volte a abraçar o Centro e se sentir mais segura.
* Ampliação do uso da tecnologia nas ações de monitoramento, com o uso de câmeras modernas, visando migrar parte da mão de obra policial em outras tarefas que também garantam maiores resultados na área de segurança pública.
* Indicam e orientam sobre a atenção dos comerciantes e donos dos imóveis para que cuidem da área em que estão inseridos e contribuam com a polícia para reduzir as ocorrências criminais. Também orientam que as pessoas estejam mais atentas e evitem dispersão com o uso do celular, por exemplo, e evitem caminhar distraídas, se colocando em situação de vítima em potencial.
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* Planeja a manutenção das operações de barreiras policiais, abordagens e patrulhamentos com foco na prevenção de novos delitos.
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