As praias de Florianópolis conhecidas por suas águas mais quentes, geralmente, são as mais voltadas para a região continental, especialmente ao Norte da Ilha. Durante a temporada de verão, entre dezembro e abril, as temperaturas dessas praias podem chegar de 25°C a 27°C.
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Para saber quais são essas praias, o NSC Total fez uma lista das cinco que possuem a água mais quente da Ilha. Confira abaixo:
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- Praia da Daniela: Conhecida por suas águas calmas e mornas, é perfeita para famílias e quem gosta de nadar sem ondas fortes e apreciar as dunas.
- Praia do Forte: Outra opção tranquila com águas quentinhas, ideal para um banho relaxante.
- Praia de Jurerê: Famosa por suas águas cristalinas e ambiente animado, especialmente na parte conhecida como Internacional.
- Canasvieiras: Uma das praias mais visitadas, com águas mais quentes e areia branca.
- Ponta das Canas: Oferece águas mornas e é menos movimentada, perfeita para quem busca tranquilidade.
Afinal, por que essas praias têm água mais quente?
Para explicar por que algumas praias têm água mais quente em Florianópolis, a reportagem conversou com Alessandra Larissa D’Oliveira Fonseca, doutora em Oceanografia Química e Geológica e professora associada da Coordenadoria Especial em Oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
FOTOS: Praia escondida de Santa Catarina tem água azul e “bomba” durante o verão
Alessandra explica que Cabo Frio e o Farol de Santa Marta, duas joias costeiras brasileiras, possuem peculiaridades oceanográficas únicas devido às suas projeções para dentro do oceano e às pequenas bacias hidrográficas locais. Essas características geográficas influenciam significativamente a plataforma costeira, resultando em águas relativamente mais quentes e menos salgadas na superfície, especialmente durante o verão. É o mesmo que ocorre na Capital catarinense.
Nas camadas mais profundas, segundo a especialista, encontra-se a chamada água central do Atlântico Sul, uma mistura entre as águas antárticas e tropicais, caracterizada por temperaturas mais baixas e maior salinidade. A distinção entre essas camadas é definida pela densidade, criando uma espécie de “torta em camadas” subaquática.
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— A camada mais quente e menos salgada está na superfície, já a camada mais fria e mais salina está no fundo. O que separa essas camadas é a densidade — explica.
Ao observar o mapa oceanográfico da região sudeste, por exemplo, é possível notar como Cabo Frio e Santa Marta formam pontas proeminentes, delineando uma região de embaiamento. Durante o verão, essa área é predominantemente ocupada por água tropical quente e transparente (presente também na borda catarinense), enquanto a água central fica logo abaixo, compondo a rica diversidade ambiental desse trecho costeiro.
Influência dos ventos
Durante o verão, a costa de Santa Catarina experimenta um fenômeno conhecido como ressurgência, que traz à superfície águas mais frias e ricas em nutrientes do Atlântico Sul, influenciadas pela Antártica. Esse processo é altamente dependente das condições dos ventos.
Portanto, no verão, ventos intensos e frequentes de Norte dominam a região, movendo as águas superficiais, quentes e leves para o meio do oceano, como um “sopro desloca a água em uma vasilha de sopa”, exemplifica a especialista. Este deslocamento permite que as águas profundas e mais frias, ricas em nutrientes, subam para a superfície. A rotação da Terra também contribui para este movimento das águas.
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Este fenômeno, especialmente evidente no Farol de Santa Marta devido à plataforma costeira mais estreita, enriquece a produção primária na região. As águas ressurgentes são particularmente notáveis por conterem salpas, pequenos organismos gelatinosos, típicos dessa massa de água. A ressurgência não só resfria as águas superficiais, mas também é crucial para o ecossistema marinho, promovendo uma alta produtividade biológica. Este fenômeno oceanográfico é um exemplo da complexa interação entre ventos, correntes oceânicas e geografia costeira.
— Essa água gelada vem para a superfície e banha toda essa região do Sul aqui da Ilha. Ela chega aqui nessa região e vai até Santinho. Aí nos Ingleses, Praia Brava, Ponta das Canas, Lagoinha, Canasvieiras, Jurerê e todas essas praias que estão numa outra região, que é uma região mais protegida, você tem um grande embaiamento. Por isso, essa água gelada não chega. Ela fica só para as praias mais externas, que são as do Sul da Ilha — explica.
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