Em 2001, o bailarino e coreógrafo Jair Moraes deixava a direção artística do Ballet Guaíra e, para concluir sua contribuição de quase dez anos na companhia curitibana, montou o espetáculo “Treze Gestos de um Corpo”, peça que trouxe para a terceira Noite de Gala do 19º Festival de Dança.
Continua depois da publicidade
Jair dançou ao lado de 12 grandes bailarinas brasileiras, todas elas suas ex-partners: Heleonora Greca, Regina Kotaka e Vânia Kesikowski, de Curitiba; Betina Dalcanali, Áurea Hämmerli, Norma Pina e Nora Esteves, do Rio de Janeiro; Mônica Mion, Ivonice Satie e Mara Mesquita, de São Paulo; e Karla Couto e Lina Lepertosa, de Belo Horizonte.
A coreografia era de Olga Roriz montada para o Gulbenkian Ballet, de Portugal, e remontada em 1990 pelo Ballet Guaíra. Originalmente, o espetáculo tem duas versões: uma com 13 homens e outra com 13 mulheres no palco. Mas nessa ocasião, as convidadas homenageavam Jair, que participou do festival desde a segunda edição, participou de grandes espetáculos e atuou como professor e jurado em diversas ocasiões – este ano ele vem novamente como professor.
Pioneira
Se não fosse por Cristina Helena, é bem possível que boa parte dos grandes bailarinos que passaram pelo Festival de Dança – e por esta seção do almanaque – não tivessem chegado a terras joinvilenses. Foi ela quem trouxe grupos e bailarinos que coroaram o festival de Joinville com seus talentos. Na primeira vez em que veio, Cristina acumulou cinco funções.
Continua depois da publicidade
– Era 1983, a primeira edição do festival e chovia muito, Joinville estava uma calamidade. Eu vim a convite do Carlos Tafur e da Albertina Tuma como professora e coreógrafa, dancei, dei um curso de balé moderno e fui jurada – lembra ela, que hoje encontra ex-alunos e bailarinos que viu crescer a cada festival atuando também como banca avaliadora.
Cristina trouxe o Grupo Oz, que já no primeiro ano conquistou os principais troféus e continuou conquistando durante os dez anos seguintes, até fazer a sua despedida apresentando uma Noite de Gala em Joinville e transformar-se na Sesiminas Companhia de Dança, da qual Cristina é diretora. Desde então, ela já atuou como curadora, professora e jurada.
– Acredito que eu seja a participante mais antiga que ainda sobrevive ao festival todos os anos. Eu o vi crescer e respeito a forma como ele é seletivo: é a semente que tornou o Brasil um dos países com mais espaço para a dança – afirma ela.
Você sabia?
O brasileiro Otávio Nassur programou uma aula de dança para ser a mais longa já registrada no mundo, com 27 horas de duração e a inscreveu para entrar no Guinness Book, o livro dos recordes. O aulão começou às 21 horas de 26 de julho (uma quinta-feira) e se estendeu até a meia-noite do dia 27 (sexta-feira), no Ginásio Abel Schulz.
Continua depois da publicidade
Foi nesta edição que começou a Mostra Contemporânea de Dança – na época chamado de Mostra de Dança Contemporânea – com a inauguração do Teatro Juarez Machado para sediar o evento paralelo ao festival.