No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificava o cenário de Covid-19 no mundo como pandemia. Em Santa Catarina, os dois primeiros casos foram confirmados no dia 12 de março — um cenário que fez o governo catarinense decretar situação de emergência em 17 de março, limitando apenas que serviços considerados essenciais seguissem funcionando. Quatro anos depois, o Estado acumula 2.076.862 casos confirmados da doença, com 23.063 mortes. As informações são do painel da Secretária Estadual da Saúde (SES), atualizadas na quinta-feira (14).
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Após quatro anos do decreto da pandemia, infectologistas acreditam que aprendizados devem ser levados com a população para que a história não se repita. Para Tarcísio Crocomo, pediatra infectologista e professor de medicina da Univille, em Joinville, uma das lições da Covid-19 é a importância da vacinação.
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— [As lições são] Os autocuidados que a gente deve ter, a importância da vacina, o quanto é importante estar protegido e que as pessoas não deixem de buscar a imunização, principalmente na faixa etária dos grupos prioritários: crianças de 6 meses a 5 anos e as pessoas acima de 60 anos — explica o médico.
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A infectologista Sabrina Sabino também acredita que a vacinação é um dos aprendizados que podemos tirar da pandemia e relembra a importância dos profissionais da Saúde que atuaram na linha de frente do combate à doença.
— A importância que os profissionais de saúde têm e tiveram nessa crise sanitária e da exposição que eles passaram. Mas acho que o principal é a importância de uma vacinação, porque depois que a gente conseguiu que a maior parte da população fosse vacinada, conseguimos recuar no avanço da doença — comenta.
Os dois especialistas também frisam que é necessário manter o calendário de vacina em dia. Segundo o Ministério da Saúde, pessoas com 60 anos ou mais devem receber uma dose da vacina bivalente a cada seis meses.
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Além disso pessoas imunocomprometidas, gestantes e puérperas que receberam a última dose da vacina monovalente ou bivalente há mais de seis meses, independentemente do número e tipo de dose já realizada, também podem se vacinar. Já indivíduos que integram outros grupos prioritários devem tomar a dose da vacina bivalente anualmente.
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— A vacinação vai ser revista anualmente, assim como a cepa da gripe que a gente faz anualmente. Essa é a tendência da Covid-19. A minha orientação, obviamente, é a vacinação. É ela que previne — diz Sabrina.
Tecnologias no combate à Covid-19
Tarcísio também acredita no aprendizado do avanço técnico-científico, ou seja, na descoberta de novas tecnologias que ajudaram no combate à Covid-19 e comenta sobre a importância da conscientização com o aparecimento de novas doenças:
—Talvez o mais importante é que as pessoas se conscientizem desses riscos, que a gente está vivenciando, de aparecimento de novas doenças, que antes não nos acometiam e têm acontecido com mais frequência. Ou mesmo doenças sendo reativadas, ou seja, aquelas que a gente achava que estava controlada, mas estão aparecendo de novo.
Uso de máscara
Outra lição que a Covid-19 deixou após quatro anos de pandemia é o hábito de usar máscara quando surgem sintomas de doenças respiratórias.
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— Eu acho que isso a gente tem se deparado com alguns casos, quando você está num shopping ou mesmo na rua, onde algumas pessoas estão usando máscaras. Isso é um bom hábito, que aliás antes da pandemia, já era um hábito para os asiáticos — fala Crocomo.
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A médica Sabrina Sabino também acredita que o isolamento social, quando surgem sintomas de gripe, é outro aprendizado deixado pela pandemia.
— Uma pequena parcela da população entendeu que quando está com sintoma gripal, tem que se isolar, e utilizar máscara para não passar [o vírus] para as outras pessoas — comenta a especialista.
Covid-19 ainda registra mortes em SC
Mesmo após quatro anos do decreto da pandemia, do avanço da vacinação e das conquistas de hábitos que evitam a circulação do vírus, a Covid-19 continua sendo uma realidade em Santa Catarina.
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Segundo dados da SES, até 14 de março, 4.509 pessoas estavam diagnosticadas com a doença no Estado e 11 mortes haviam sido confirmadas nos últimos sete dias. A infectologista Sabrina Sabino ressalta que o vírus ainda circula entre a população e que é necessário aprender a conviver com a doença.
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— O vírus não acabou, ele vai continuar entre nós fazendo pequeno surtos. A população tem que entender que é como a gripe, que a gente tem surtos, no momento de frio, e surtos em época sazonais, quando a população não está uma cobertura vacinal adequada — alerta
Ministério da Saúde anuncia criação de memorial para vítimas da covid-19
Na segunda-feira (11), o Ministério da Saúde anunciou a criação de um memorial às vítimas da doença que matou 710 mil brasileiros. O local escolhido, de acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, é o Centro Cultural do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro.
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— Ao falarmos de um memorial e de uma política de memória, porque é isso que estamos propondo, não circunscrevemos a pandemia de Covid-19 ao passado. Como todas as reflexões sobre memória, sabemos do componente presente, político, das ações de memória. E, ao mesmo tempo, lembramos que, a despeito de termos superado a emergência sanitária, nós não superamos a Covid-19 como problema de saúde pública — fala Nísia Trindade.
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Ao participar da abertura do Seminário para Concepção e Criação do Memorial da Pandemia da Covid-19, a ministra lembrou que a OMS discute atualmente a criação de um instrumento para o enfrentamento de emergências e pandemias que não permita que cenários como o registrado em junho de 2021 se repitam.
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*Com informações da Agência Brasil
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