Era apenas o primeiro dia do grupo de oito turistas cearenses na Oktoberfest. Eles desembarcaram em Blumenau para curtir a última semana da festa, mas não deixaram para depois a oportunidade de fazer selfies e fotos de detalhes do Parque Vila Germânica. As imagens feitas com os celulares eram enviadas o mais rápido que a internet móvel permitia em grupos de amigos e das famílias.

Continua depois da publicidade

– A gente manda para mostrar a beleza da festa, e ainda faz aquela invejinha – brinca a animada Teresa Vasconcelos Ferreira, já na primeira noite encantada com a tranquilidade e o clima de família da festa blumenauense.

Em frente ao setor Eisenbahn Biergarten, quando avistaram o totem de um coração que declara amor em alemão à Oktoberfest, todos pararam. O marido de Teresa e fotógrafo da turma, Alexandre Ferreira, 49 anos, registrou, como em uma canção de Leoni, os laços invisíveis, cores e motivos da fotografia em um lugar que repentinamente já se tornou um amor para recordar.

Não são apenas os visitantes acostumados às piscinas do Beach Park, aos infindáveis humoristas e aos cenários das composições de Fagner que percorrem a Vila Germânica de celular em punho. Turistas estrangeiros, da região e blumenauenses natos driblam a distância que separa nós mortais de um Sebastião Salgado e se esforçam para garantir bons cliques. Mesmo nas concorridas noites de sexta e sábado ver cabelos jogados de lado e mãos esticadas para uma selfie ou aqueles populares stories, com hashtag e emojis, é cena mais que comum. Outros, como Ivo Andrade, que mora há 30 anos em Blumenau e hoje procura frequentar a Oktober nos dias mais calmos, aproveitam para filmar as performances das bandas. Foi o que ele fez esta semana no Eisenbahn Biergarten, em duas músicas dos alemães da Deggendorfer Stadl-Musikanten.

Alguns lugares, porém, viram pontos fixos de fotografia, como as estações de trem da cervejaria oficial, os bonecos infantis de fritz e frida do Kinderplatz, na passagem entre os setores 1 e 2, e até um novo painel instalado em frente à prefeitura. Outro lugar convidativo é a Haus Steht Kopf, uma casa invertida, em que a mesa fica presa ao teto, instalada por uma das seis patrocinadoras do evento. Com uma garrafa térmica e uma cuia de chimarrão presas ao braço esquerdo, Joselin Pintos, 40, aguardava a vez de visitar o espaço e sair de lá com uma foto ao lado do amado, Álvaro Scarpelli, 47. Os dois são de Montevidéu e aproveitaram a estada em Balneário Camboriú para dar uma esticadinha em Blumenau e conhecer a festa alemã antes de voltar ao Litoral. Como guardar mais recordações da festa? Nas fotos.

Continua depois da publicidade

– A festa é muito bela, familiar, e as fotos são lembranças preciosas – conta Joselin.

Renda e experiência pela fotografia

Turistas latinos como Joselin e Álvaro têm uma mãozinha de uma jovem argentina de Córdoba para registrar os momentos na Vila Germânica. Andrea Alvarez, 21 anos, é de uma província que também conta com uma Oktoberfest – embora 10 vezes menor, ela garante. Aproveitou as férias para trabalhar com excursões de visitantes da Argentina e Uruguai que se hospedam no Litoral e vêm a Blumenau para a festa. Mais do que oportunidade de renda, é uma forma de conhecer pessoas e evoluir profissionalmente. Ela faz fotos dos casais e grupos de amigos no início do passeio e, enquanto os hermanos têm seu tempo para desbravar os pavilhões mais à vontade, ela fotografa detalhes pequenos de nossa festa para aprimorar ainda mais a habilidade e o gosto pela fotografia.

Cada um faz e aproveita as fotos na festa à sua maneira. Adaptando o verso de Drummond, a partir de segunda-feira a Oktoberfest vai ser só um retrato na parede. Tudo bem que, no nosso caso, será apenas por um ano. Mas como dói.

Dicas

Para aproveitar melhor seus cliques na Oktoberfest, o fotógrafo do Santa Patrick Rodrigues listou algumas recomendações básicas que podem ser úteis para melhorar o resultado das fotos na festa. Confira:

Panorâmicas – o recurso está disponível na maioria dos celulares e ajuda a fazer fotos mais amplas.

Não levante muito o celular na hora da selfie – isso pode tirar o destaque da festa ao fundo para mostrar apenas o chão atrás das pessoas.

Continua depois da publicidade

Uma ou duas pessoas, foto vertical; mais do que duas, horizontal – assim, em geral, é mais fácil enquadrar todo mundo e ainda captar bem a imagem ao fundo das pessoas.

Cuidado com a sombra – Ao apontar o celular em frente ao rosto alguma luz pode fazer com que o aparelho cause sombra exatamente na face das pessoas. Nesse caso, desvie da luz.

Procure um lugar iluminado – E, mais do que isso, procure ficar de frente para a luz na hora da foto e não deixar a luz ao fundo.