Desde o fim de março, a população de Itajaí aumentou. Sobretudo a fatia de estrangeiros, que vieram ao Brasil por conta da The Ocean Race. Eles dividem-se entre competidores, equipes de manutenção, organização e jornalistas. Os sotaques – os mais diversos possíveis – são ouvidos por diferentes cantos da cidade. E os itajaienses, desdobram-se ao misturar o “peixerês” – como é carinhosamente chamado o sotaque local – com o inglês.
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Se os moradores adequam-se aos idiomas estrangeiros, os que vêm de fora, de alguma maneira, agregam algo da nossa cultura à deles. É o caso da italiana Gloria Schiavi. Ela é assessora de imprensa da regata. Na última edição, ficou na base na Espanha. Desta vez, está viajando por todas as paradas do evento para auxiliar jornalistas locais a atuar na cobertura da regata. Itajaí já era uma das paradas favoritas delas antes mesmo de por aqui chegar.
– Eu conhecia a cidade porque trabalhei na outra edição, então eu podia ver as belas imagens daqui e ouvir sobre a boa energia do lugar – afirma.
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Ela, que passa o dia falando das bandeiras que o evento levanta sobre sustentabilidade e natureza, tem feito do objeto de trabalho, um objeto de lazer. Segundo Gloria, todo dia, a primeira coisa (que me vem à cabeça) é: “Ah, eu vou à praia. Ah, eu vou nadar!”. Ela está hospedada em um hotel em frente à Praia de Cabeçudas e pretende, se tiver folga, conhecer um pouco mais o entorno.
– Também tem toda essa área de mata que queria explorar, fazer uma trilha – diz.
O apreço pela natureza movimenta o inglês Milo Sweet e francesa Flore Hartou. Juntos, eles trabalham em uma empresa que tem feito todo o registro em vídeos e fotos da regata, enviando imagens para jornalistas do mundo inteiro. Juntos, eles têm morado aqui com mais dois colegas, outro inglês e um sueco.
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Acostumados às baixas temperaturas dessa época do ano no Hemisfério Norte e ao céu nebuloso de lá, o ato de acordar e ver o nascer do sol na Praia do Atalaia, para eles, é um privilégio. Eles sabem disso. E o transformaram em rotina. Todo dia têm ido à praia. Enquanto Milo e Flore surfam, os amigos, acompanham tomando banho de mar. Flore garante:
– Quando viemos pra cá, nós ouvimos que esse é o paraíso do surfe. E há tanto surfe por aí. Por todos os lados e em todas as condições. Então, basicamente o surfe é o grande acontecimento, antes ou depois do trabalho. Talvez, em algum final de semana, se tivermos um, queremos ir a Florianópolis e surfar lá.
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Milo faz coro. Diz que se está perto da natureza, está feliz:
– Eu sabia que seria um lugar onde nós poderíamos vir para surfar e escolher lugares tranquilos em meio à natureza. Já subimos montanhas, aproveitamos as vistas do topo delas e das florestas, o que é absolutamente impressionante.
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O que para nós é abundante, para eles é novidade. Beira ao exótico. E se o país assim o é para eles, para os moradores locais, eles – os estrangeiros – é que são motivo de curiosidade.
– Quando veem a gente com a camiseta da The Ocean Race na rua, as pessoas fazem perguntas, falam “Hello”. Mesmo que você não as conheça – conta Gloria.
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E se o idioma for uma barreira, o Milo já tem sua alternativa:
– Ah, com um aplicativo de tradução na mão, nada fica muito difícil.
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