É um jogo de 5ª rodada do returno da Série B. Não vai definir a vida de nenhum dos dois. Quem vencer não está na Série A do ano que vem, e quem perder não está fora da briga. Faltarão ainda 14 jogos. Não é uma decisão, mas aí está a grande contradição porque o clássico sempre tem de ser tratado como se fosse uma. A equipe que menosprezar o tamanho do jogo, e a força da repercussão que o resultado tem, estará mais próxima do fracasso na disputa de rivalidade. É preciso encarar como decisão e entrar muito firme. O clássico, muitas vezes, é ganho pela equipe que quer mais, e não pela que está melhor ou jogando mais bola.

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Onde o jogo pode ser decidido

O Avaí tem um ponto forte que são as laterais, com a força dos alas Guga e Capa. É a característica mais marcante do time. Tem também uma solidez defensiva, com os três zagueiros bem entrosados e o volante Judson à frente deles. Mas tem problemas no meio de campo. Em muitos jogos, o setor fica esvaziado e o adversário acha generosos espaços para trabalhar a bola.

O Figueirense tem uma saída de bola qualificada, com a dupla que fez sucesso no catarinense. Zé Antônio e Betinho dão solidez de marcação e qualidade no início do jogo. O ataque tem seus problemas, com a falta de confiança dos artilheiros Henan e André Luís, que já não está mais, e tem o recém-chegado Elton, que ainda não balançou as redes.

As laterais também não têm funcionado ofensivamente, mas dão equilíbrio defensivo. O Figueira tem ótimas individualidades, que podem desequilibrar o jogo. Os dois técnicos têm que fazer o dever de casa e observar tudo isso, para minimizar defeitos e explorar qualidades das suas equipes. E fazer o contrário em relação às suas equipes.

Desafio

No Scarpelli, o clássico rendeu um público de pouco mais 13 mil torcedores. Sendo preciso, foram 13.136. A questão é saber se o jogo da Ressacada vai levar mais gente. Acredito que as chances são muito boas. Está lançado o desafio ao torcedor avaiano. O que é importante ressaltar é como este jogo é o único que realmente mexe com as duas torcidas. Nos últimos anos, é a partida que segue levando um público acima da média. E que seja uma festa bonita nos duelos dos gritos das torcidas.

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Coletivas refletiram momento dos times

Geninho estava tranquilo. Milton Cruz estava tenso, sério. Os dois técnicos revelaram quase nada nas coletivas de sexta-feira. Milton confirmou a zaga. Geninho garantiu apenas que o time está pronto para encarar o jogo, da forma como for preciso encarar. Os times em campo podem refletir os técnicos. A tendência é de um Figueirense um pouco mais tenso. O Avaí, mais leve. Mas isso serve para apenas os 15 minutos iniciais.

Depois disso, é bola rolando dentro de campo e desempenho, como escrevi aqui nesta semana. Pela lógica, o momento é do Avaí. Mas clássico não tem lógica, em qualquer lugar do mundo. Em clássico não há surpresa. A única forma de Avaí e Figueirense surpreenderem é se houver um placar muito expressivo. No mais, está dentro do script.

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