A coaching Vanessa Tobias acredita que modelos rígidos empresariais estão com os dias contados, mas que o momento agora é de transição. Em grandes centros urbanos flexibilidade e home office são uma realidade, que ainda não chegou com força por aqui. Ela explica que empresas têm trabalhado muito mais com base em ganhos finais. O funcionário tem metas a alcançar e é ele quem sabe como administrar melhor o tempo.

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– O cartão-ponto está defasado. A cobrança agora é por resultados. Vejo isso acontecer fortemente em São Paulo. Empresários visionários fazem isso e, principalmente, as empresas de tecnologia – observa.

Diante disso, a coaching acredita as alternativas mais flexíveis para mães são uma ótima saída para elas e para as empresas. Mas faz uma ressalva: que as mulheres separem muito bem os espaços físicos em casa. Misturar notebook, cama e bebê pode ser uma combinação perigosa para o relacionamento.

– Tenho muitas clientes que têm o home office e falam que o casamento está desgastado, mas isso acontece porque muitas levam o computador para a cama. O espaço de trabalho é de trabalho. Senão, não irá funcionar e a relação pode mesmo desandar – ressalta Vanessa.

Além do rigor com o espaço físico, é também necessária uma autodisciplina permanente. A mudança exige maturidade e serenidade. Para aquelas que optam por se dedicar 100% aos filhos, mas que desejam voltar ao mercado de trabalho depois, Vanessa tem uma boa notícia. Neste período de afastamento mulheres desenvolvem habilidades importantes no meio organizacional.

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– As competências de uma mãe são altamente desejáveis. Ela tem sensibilidade e visão de todo. Consegue resolver vários problemas de maneira rápida. Se a mãe optou por ficar em casa é importante que mantenha a autoestima profissional – diz.

Antes de tomar a decisão, a psicóloga Cecília Russo Troiano, autora do livro Vida de Equilibrista – Dores e Delícias da Mãe que Trabalha, acredita que é importante um diálogo com a família e necessário ponderar as perdas e os ganhos. É preciso também pensar o impacto que a atitude terá no futuro. Nesta lista de considerações, vale avaliar como vai organizar a vida depois da decisão e imaginar como será a rotina:

– Uma coisa é um dia sem trabalho, e outra é considerar uma semana toda, o mês todo…

Uma resolução segura e bem conversada ajudará mães a escapar do sentimento de culpa seja qual for a posição adotada. Nesta gangorra de equilibrar filhos e trabalho, a psicóloga aconselha que mães não busquem pela perfeição como costumam fazer. Para ela, conseguir conciliar as duas coisas já é uma grande vitória. Além disso, não se pode abraçar a maternidade achando que ela irá substituir a carreira ou o contrário. Outra atitude importante é dividir responsabilidades, pedir ajudar ao marido ou a família e deixar de lado a capa de supermulher.