Bisneto de imigrantes alemães, Raulino Rosskamp, 69 anos, é sinônimo de organização. Não apenas por manter uma rigorosa agenda diária de tarefas, mas também por preservar detalhes de sua vida pessoal e da história da família.
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Na sala que fica nos fundos de sua casa, uma mesa de pingue-pongue abriga centenas de fotografias antigas, todas separadas por temas e períodos. Apesar de amarelados, Raulino mantém intactos, entre os seus guardados, todos os certificados e diplomas que juntou ao longo da vida política e profissional.
No meio dos papéis, ele encontra uma das bandeirinhas usadas na primeira campanha a vereador de Joinville, em 1962. Eleito ao cargo por quatro vezes (1962, 1969, 1976 e 1982) e, em duas delas com o maior número de votos de Santa Catarina, ele se orgulha por ter feito parte da época em que vereador não recebia salário.
– Trabalhávamos como vereador porque realmente gostávamos. Hoje, o cargo não é levado a sério – lamenta Raulino, que também foi eleito deputado estadual em 1986.
Dos feitos que realizou, ele considera a criação da Guarda Municipal de Trânsito como o mais importante para a cidade. Apelidado de “Mãozinha”, até hoje Raulino não deixa ninguém passar sem receber um aperto de mão, uma herança da época em que fazia política. O jeito organizado de ser ele também levou para a política. Quase que diariamente, fazia reuniões nas comunidades para manter contato direto com os eleitores e conhecer as reivindicações dos moradores.
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– Cheguei a fazer 300 encontros em um ano.
Formado em direito e economia, Raulino dividiu a carreira política com a de professor em um cursinho preparatório para concursos públicos e a de caixa executivo no Banco do Brasil. Ele conta que só não continuou na política por falta de assessoria de comunicação.
– Político para se eleger tem que aparecer na mídia – afirma.
Atualmente, na sua lista de prioridades está a família; a Sociedade Cultural Alemã, na qual participa dos encontros de conversação em alemão; e a Igreja Luterana. Pai de três filhos e avô de quatro netos, ele hoje se esmera para dedicar o máximo de atenção possível à mulher Carmem, que há 44 anos é seu braço direito.
– Com toda essa vida tumultuada, não sei o que seria de mim sem ela – confessa.
Um dos momentos que ele considera a maior prova de amor que ela poderia ter dado foi quando, em viagem de lua-de-mel, ele teve de parar em Curitiba para fazer uma prova da faculdade.
– Não é qualquer mulher que aceitaria. Ela entrou na sala comigo e esperou até eu terminar a última questão – lembra.
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