No Brasil, três gêneros de aranhas consideradas peçonhentas podem causar acidentes. As aranhas armadeira (Phoneutria), marrom (Loxosceles) e viúva-negra (Latrodectus) são conhecidas como de interesse médico por serem aracnídeos que possuem veneno. Caso seja inoculado em humanos, o veneno pode causar diferentes sintomas, e até complicações.
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Em Santa Catarina, e na região Sul em geral, há registros somente das duas primeiras: aranha armadeira e aranha marrom. A viúva-negra é mais comum na região Nordeste do Brasil.
A bióloga Taciana Mara da Silva Seemann, do Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (CIATox/SC), detalha que apesar de existirem milhares de espécies de aranhas no mundo, aquelas que possuem importância médica são equivalentes a cerca de 20 espécies, distribuídas em quatro gêneros.
Os gêneros peçonhentos são Loxosceles, Phoneutria, Latrodectus e Atrax, porém não há ocorrência de espécies do gênero Atrax no Brasil, sendo só as três primeiras consideradas aranhas que podem causar acidentes graves em seres humanos no país, de acordo com o Ministério da Saúde.
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Dessas três, somente os gêneros Phoneutria e Loxosceles, equivalentes a aranha armadeira e aranha marrom, possuem registros em Santa Catarina, afirma a bióloga Taciana.
Aranha armadeira
— Conhecida popularmente como aranha armadeira, aranhas do gênero Phoneutria são conhecidas por assumirem posição característica de defesa ao se sentirem ameaçadas, levantando as patas dianteiras e se balançando para os lados antes de atacar, sendo essa agressividade muito peculiar, daí o nome popular de aranha armadeira — afirma a bióloga do CIATox/SC.
Ainda que possua essa característica, a tendência do animal é preferencialmente de fuga ao se sentir ameaçada. A espécie costuma ser encontrada em bananeiras ou cachos de banana, e por isso também levam o nome de “aranha-das-bananas”.
Os hábitos desses aracnídeos são mais noturnos, e elas costumam entrar em casas em busca de abrigo. Elas não fazem ninhos, por serem errantes, nem teias regulares.
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A picada da aranha armadeira provoca dor, inchaço, vermelhidão, e a pessoa que foi picada também pode ter sudorese, agitação, taquicardia, vômito, diarreia, hipertensão, e alterações cardíacas. Em 95% dos casos, as manifestações são somente locais, com dor intensa no local da picada, e com rara evolução para complicações. O maior risco é no caso de crianças e idosos.
Aranha marrom
A aranha marrom tem até 1 cm de corpo e 3 cm com as pernas, e possuem cor marrom claro ou escuro. Elas não fazem teias regulares, mas revestem fendas em barrancos, cascas de árvores ou cantos em domicílios, atrás de móveis, por exemplo.
Taciana explica que os animais não possuem comportamento agressivo, e só picam se forem pressionadas contra o corpo.
— Como a picada não é dolorida as pessoas não dão importância, procurando ajuda apenas horas depois, quando começam as manifestações/sintomas — afirma.
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Os sintomas da picada da aranha marrom são edema e eritema nas primeiras 6 horas; o surgimento de
áreas escuras mescladas com palidez, chamada de placa marmórea, entre 24 e 36 horas; dor, sensação de queimadura e crosta necrósica entre 5 e 7 dias. Existe soro específico para tratamento.
O aracnídeo está presente em quase todo o Brasil, sendo comum em Santa Catarina na maioria das regiões, e menos frequente no litoral.
Veja fotos das aranhas perigosas encontradas em SC
Como prevenir picadas
De acordo com a a bióloga do CIATox/SC, é recomendado colocar telas nas janelas e vedação na soleira das portas nas regiões em que esses animais aparecem com mais frequência, já que são por esses locais que as aranhas costumam entrar.
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Outra recomendação é manter os arredores das residências limpos, sem acúmulo de materiais e com a grama cortada, se houver. Isso evita, além de aranhas, a presença de serpentes e escorpiões.
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— O uso de produtos químicos não é recomendável, pois além de não ser eficaz para o
extermínio desses animais, pode matar outros animais igualmente importantes para o meio
ambiente, causando desequilíbrio ecológico do ambiente além de contaminá-lo — destaca a bióloga.
O Centro de Informação e Assistência Toxicológica atende casos de acidentes com animais
peçonhentos, plantas tóxicas, intoxicações por produtos tóxicos como agrotóxicos e
domissanitários, medicamentos, drogas de abuso, entre outros.
O serviço atende pelo telefone 0800643-5252, 24 horas por dia. Através do site www.ciatox.sc.gov.br é possível obter informações e imagens dos principais animais peçonhentos de Santa Catarina.
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