O diretor-presidente do Samae de Blumenau foi convocado a prestar esclarecimentos à Câmara de Vereadores sobre a falta de água generalizada que afeta a cidade desde o fim do ano passado. Conforme o requerimento aprovado na sessão ordinária dessa quinta-feira (15), são pelo menos sete perguntas a serem respondidas, principalmente qual o plano para reverter a situação e se haverá desconto aos consumidores que têm passado dias com as torneiras secas.

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O atual presidente do Samae, André Espezim, confirmou à reportagem que irá à Câmara de Vereadores responder aos questionamentos dos parlamentares. Ele está à frente da pasta desde dezembro do ano passado, mas já esteve nesse mesmo cargo entre 2019 e 2020. Ao ser reconduzido ao posto há dois meses, o prefeito Mário Hildebrandt disse: “Escolhemos o André pela experiência dele junto à autarquia. Será um grande desafio que ele terá neste momento e tenho confiança no trabalho dele”.

A data para que ele compareça à Câmara de Vereadores ainda não está definida, mas a expectativa é de que isso ocorra dentro dos próximos 15 dias.

Quais são as sete perguntas ao Samae

  • Quais as justificativas para a constante falta de água?
  • Quais medidas serão adotadas a curto, médio e longo prazo para solucionar o problema?
  • Apresentar plano de contingenciamento, caso exista.
  • Existe possibilidade de bombear a água tratada na ETA 3, situada no Sul da cidade, para a região Norte da cidade? Qual o custo projetado deste investimento e prazo de concretização?
  • Foram contratados caminhões pipa para abastecer a cidade?
  • Há controle permanente do armazenamento de água nos locais de prestação de serviços públicos, como escolas, unidades de saúde e hospitais, de modo a evitar o desabastecimento?
  • Pode ser aplicado desconto na fatura das economias atingidas pela falta de água? De que forma o Samae possui capacidade de identificar as unidades onde houve falta de água?

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Problema começou às vésperas do verão

No dia 20 de dezembro do ano passado, o NSC Total Blumenau mostrou o drama da falta de água enfrentado pelos moradores da cidade. As reclamações desde então são de torneiras secas e deixaram claro a urgência de investimentos para aumentar a produção na cidade. O próprio Samae reconheceu o problema e elencou os projetos para resolver a questão. Entretanto, sem solução a curto prazo.

Resolver a questão da falta de água passa principalmente por ampliar a capacidade de produção. Isso, porém, depende de uma série de investimentos, sobretudo dois grandes projetos do Samae.

O primeiro é mudar o ponto de captação no rio, para conseguir fazer esse trabalho mais ao fundo do Itajaí-Açu e, assim, pegar água menos suja. A medida vai permitir que o tratamento seja mais rápido, ou seja, produzindo mais. A obra estimada em R$ 47 milhões deve ser financiada pelo Fundo do Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata).

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A segunda meta é reformar a ETA 2 e dobrar a capacidade produção, passando dos atuais 800 litros por segundo para 1,6 mil litros por segundo. De acordo com o então presidente interino do Samae, Henrique Carlini, o projeto executivo está pronto e cadastrado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, para conseguir recursos e tirar a obra do papel.

Vencida a questão orçamentária, a obra deve impor outro desafio: precisará ser feita com a estação em atividade. Essa ação não tem nem previsão de quando será concretizada.

Samae divulga medidas emergenciais e pede economia

Há uma semana, o Samae divulgou ter adotado medidas emergenciais para amenizar o problema da falta de água em Blumenau. Uma das ações citadas é ampliação do funcionamento da ETA 1 para 24 horas por dia, aumentando a quantidade de água tratada disponível para distribuição no município. Além disso, a autarquia disse ter contratado uma empresa para ajudar no conserto de vazamentos, o que teria provocado uma redução de cerca de 60% no número de ocorrência desde dezembro de 2023.

“O Samae também está focado em áreas mais elevadas e em comunidades carentes que não possuem caixas d’água. Recentemente, novas caixas d’água foram instaladas nas comunidades do Morro da Dona Edith e da Figueira, além do Loteamento Jardim Itapuã, beneficiando mais de 2 mil pessoas”, informou o órgão em nota enviada à imprensa.

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O texto diz ainda que “apesar das melhorias, o Samae reconhece que algumas áreas ainda podem enfrentar desabastecimento, especialmente com a previsão de calor nos próximos dias. Por isso, solicita que a população evite o desperdício de água, como lavagem de telhados, calçadas e carros, até que o serviço seja completamente restabelecido”.

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