
Segundo o delegado, o bilhete foi apreendido com Carvalho na carceragem da Deic e seria destinado a um advogado.
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O depoimento a que se refere diz respeito a um tiro que sofreu no mesmo dia em que a agente foi morta. Na polícia, o suspeito revelou que teria sofrido um disparo perto de sua casa, na Rua Margaridas, em São José, por desconhecidos que tripulavam um Vectra.
Para o delegado, a versão real é outra: Marciano Carvalho levou o tiro de Deise, quando esta reagiu e o acertou depois se ser baleada em uma execução planejada por criminosos, a mando da facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC).
No bilhete, ele pede para avisar um vizinho, também preso, de que mudaria o depoimento inicial. Diria agora que ele mesmo teria se ferido.
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– Ali ele mostrou o comportamento que estava blefando. Foi quando tiramos as dúvidas que tinha algo errado e que estava envolvido – diz o delegado, contando que a partir disso a investigação evoluiu.
Marciano procurou atendimento médico no Hospital Celso Ramos, em Florianópolis, naquela mesma noite. Foi ali que policiais começaram a desconfiar de sua participação no crime.
No dia seguinte, o rapaz registrou boletim de ocorrência dizendo ter sido alvejado por desconhecidos em São José, versão que a polícia diz não se sustentar por falta de testemunhas. Carvalho acabou preso quatro dias após a execução de Deise Alves.
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Além do bilhete, a Deic afirma ter depoimentos incriminatórios contra Marciano Carvalho e outras 11 pessoas, integrantes do PGC, indiciadas pelo assassinato da agente.
Apenas um não foi preso: Rafael de Brito, o Shrek, que não foi localizado. Os 12 apontados como envolvido tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça, mas negam a participação no assassinato.
Família diz que rapaz é inocente
Assim como fez há dois meses, quando Marciano Carvalho dos Santos foi preso, a família dele continua garantindo a sua inocência.
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A mãe, a dona de casa Erika Alves Carvalho, disse ontem que vizinhos ouviram os tiros que supostamente teriam sido disparados contra o filho, na noite de 26 de outubro, na rua de sua casa, em São José.
– Ele é inocente. Tinha chegado em casa do trabalho e saiu na rua. Teve o azar de ser ferido na mesma noite que a agente morreu, mas não tem nenhum envolvimento nisso – disse a mãe.
Ela afirma que o rapaz trabalhava com manutenção de elevadores e nunca teria se envolvido com facção criminosa. A mãe contou ainda temer pela vida do filho, que estaria ameaçado de morte.
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A família disse ter contratado um advogado para provar que Carvalho é inocente e tirá-lo da prisão.
A polícia afirma que o jovem de 19 anos foi apreendido quando era adolescente por posse de drogas, mas ainda desconhece como teria sido a sua aproximação com o PGC.
O inquérito vai tramitar na Vara Criminal de São José. Agora, caberá ao Ministério Público decidir se oferecerá ou não denúncia contra os 12 indiciados pelo assassinato. Se houver e ela for aceita pelo juiz, os presos poderão ir a júri popular.