Vista como árvore sagrada na Ásia, a sabedoria popular diz que a folha da Ginkgo Biloba dá sorte a quem a carrega. Especialistas recomendam, com cautela, o chá ou a cápsula da planta para a memória e benefícios ao corpo. Em Blumenau, a árvore é uma das experiências de Dr. Hermann Blumenau. Como parte da planta centenária – estudos levam a crer que ela tenha 150 anos – sofre o efeito do tempo, mudas da espécie foram feitas a partir de um processo de clonagem para manter a história viva na cidade.
Continua depois da publicidade
– Temos indícios e registros de que esta espécie foi plantada por Dr. Blumenau, por Emil Odebrecht e até mesmo Fritz Müller, pessoas que tinham interesse em botânica. Eles trouxeram da Alemanha ou receberam sementes por correspondência, que podem ter sido enviadas pelo próprio Charles Darwin – salienta o presidente da Fundação Cultural de Blumenau, Sylvio Zimmermann.
:: Horto botânico de Blumenau é considerado um jardim de experiências
O processo de multiplicação da Ginkgo Biloba começou em março e no primeiro mês foi possível ver folhas, mas ainda é cedo para dizer quando as mudas serão plantadas em Blumenau. Segundo o professor doutor e pesquisador de Silvicultura da Furb, Lauri Amândio Schorn, como a espécie é dioica – é necessário que haja uma de cada sexo para que surjam novas plantas – ramos jovens tiveram que ser retirados para que a clonagem acontecesse:
Continua depois da publicidade
– Foram retiradas 31 estacas jovens, que haviam sido podadas recentemente, e destas 20 mudas vivas criaram raízes. Elas estão sob condições de umidade especial, em uma estufa, o que é essencial para que elas não ressequem nem morram – explica o especialista.
> Mudas podem ser plantadas no Parque Ramiro Ruediger. Assista ao vídeo
O engenheiro florestal que atualmente trabalha no Inventário Florístico-Florestal de Santa Catarina, Heitor Felippe Uller, conta que antes mesmo de se graduar já tinha afeição e interesse pela Ginkgo Biloba localizada no horto botânico da Fundação Cultural:
– Acompanhei por algum tempo a espécie, considerada um fóssil vivo, e notei que parte do exemplar já havia tombado e que um dos galhos ainda sobrevivia. Tenho uma muda em casa e sei da existência de outra Ginkgo no Morro do Baú, conversei com o Sylvio sobre a preservação e o professor Lauri topou fazer este resgate – resume.
Continua depois da publicidade
O presidente da Fundação Cultural, um dos entusiastas da preservação da Ginkgo, acredita que as mudas possam fazer parte do cenário paisagístico da cidade e estar presentes em locais onde turistas e visitantes possam conhecer a história da planta centenária:
– O esforço em preservar estas árvores é também um esforço em manter a história da cidade e de seus colonizadores. Penso que o Parque Ramiro é um ponto interessante mas ainda é preciso avaliar com a Fundação do Meio Ambiente os locais mais adequados.
> Saiba mais sobre a Ginkgo Biloba
– A árvore com casca de cor acinzentada pode alcançar até 40 metros de altura. Ela tem caule reto, casca fendida e ramos tortuosos.
Continua depois da publicidade
– A coloração das folhas varia do verde-cáqui ao marrom esverdeado, em forma de leque, bilobuladas, com 2 a 12 centímetros de largura e de 2 a 9,5 centímetros de extensão.
– A ginkgo quase foi extinta, mas atualmente está sendo cultivada e é comum encontrá-las nas ruas, principalmente na Ásia, fazendo parte da arborização urbana.
– É uma espécie conhecida como planta ornamental em numerosos países de climas distintos, pois tem capacidade de se adaptar às mais diferentes condições ambientais.
Continua depois da publicidade
Fonte: Informações reunidas pelo professor doutor e pesquisador de Silvicultura da Furb, Lauri Amândio Schorn