A artrite é uma doença que causa inflamação nas articulações e pode-se tornar incapacitante. Segundo Tatiana Molinas Hasegawa, médica reumatologista do Centro de Qualidade de Vida (CQV), ela é uma doença do sistema imunológico, classificada como autoimune e muito destrutiva.
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“É como se o organismo começasse a se atacar. O sistema imunológico que foi feito para nos defender começa a ver o sistema da articulação como inimigo”, explica a reumatologista. Além disso, é um problema que progride rapidamente.
Quais são os sintomas da artrite?
As articulações mais comumente afetadas são as dos dedos dos pés e mãos. Porém, pode afetar qualquer outra articulação. “Ela se caracteriza por um conjunto de sinais de sintomas que acometem uma ou várias articulações, como dor, aumento de volume (“inchaço”), vermelhidão, rigidez e dificuldade de movimento”, analisa Ingrid Moss, médica da Sociedade de Reumatologia do Rio de Janeiro.
Pessoas mais afetadas pela artrite
A artrite atinge principalmente mulheres jovens. Geralmente, 3 mulheres para cada homem, porém, no homem costuma ser mais agressiva, tanto na articulação como fora da articulação. “Acomete mais mulheres entre 35 e 40 anos de idade, atinge principalmente pés, mãos e joelhos”, exemplifica a reumatologista Tatiana Molinas Hasegawa. De acordo com a reumatologista, acredita-se que mulheres jovens são mais atingidas pelo fator hormonal.
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Além disso, também existe a artrite juvenil. “Acomete crianças de ambos os sexos, entre 2 e 3 anos. Causa muita deformidade, é muito mais agressiva e pode estar presente em outras doenças autoimunes”, completa Tatiana Molinas Hasegawa.
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Causas da artrite
De acordo com a reumatologista Tatiana Molinas Hasegawa, as causas ainda não são bem definidas. “É uma doença do sistema imunológico. Há correntes [médicas] que falam numa causa infecciosa, por infecção bacteriana, viral; e outra corrente acredita ser por um abalo emocional importante, alteração do sistema psicoemocional, um estresse muito grande, uma perda que pode ter levado esse sistema imunológico a voltar-se contra a pessoa”, explica.

Doenças associadas
Segundo a reumatologista Ingrid Moss, a artrite pode ser classificada de várias formas. “De acordo com a natureza ou causa da doença, a faixa etária em que ocorre, o tipo e o número de articulações que são acometidas, a duração dos sintomas, a presença de outra doença associada e várias outras formas”, analisa. A médica cita três tipos clássicos de doenças em que a artrite é uma das principais manifestações clínicas:
- Artrite reumatoide: acomete mais mulheres de meia-idade. Apresentam início lento e progressivo de artrite em várias pequenas e médias articulações.
- Febre reumática: acomete mais crianças, com início agudo de artrite de uma ou poucas articulações, de caráter migratório, ou seja, quando uma junta está melhorando, a outra começa a inflamar.
- Gota: acomete mais homens, com início muito agudo de artrite muito dolorosa de uma ou poucas articulações (que quase sempre inclui a junta do dedão do pé), e está relacionada ao aumento do ácido úrico no organismo.
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Fique atento aos sintomas
É importante ficar atento aos sintomas e procurar um reumatologista, pois não há formas de prevenir a doença. “A maior parte das artrites, por ser de natureza autoimune e envolver vários fatores genéticos e ambientais, é muito difícil de prevenir”, alerta Ingrid Moss.
De acordo com a reumatologista Tatiana Molinas Hasegawa, a artrite tem componente hereditário de 30%. Isto é, a pessoa já pode nascer com artrite, mas não se sabe ainda como prevenir.
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Tratamento contra a artrite
O tratamento da artrite reumatoide pode ser medicamentoso e não medicamentoso. “O medicamentoso é com analgésico, anti-inflamatórios e drogas modificadoras das doenças, que são inúmeras, desde medicação via oral a medicações injetáveis”, explica Tatiana Molinas Hasegawa.
O não medicamentoso é feito com fisioterapia, hidroterapia, RPG, pilates, academia terapêutica e nutrição, para evitar o aumento de peso e consequentemente a sobrecarga na articulação. “Também a parte de órteses, que vão imobilizar as partes inflamadas, punho, mão, joelho”, completa a reumatologista.
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Tatiana Molinas Hasegawa também destaca o papel do fisioterapeuta para tratar a doença, “que engloba os profissionais de saúde fisioterapeuta e terapeuta ocupacionais que fazem as órteses, que preocupam em customizar ferramentas para o paciente no dia a dia”, analisa.
Dentro do tratamento pode haver a necessidade de infiltrações, “que as vezes são necessárias para desinflamar e ajudar o paciente a ter uma qualidade de vida melhor e com menos dor na articulação”, acrescenta a reumatologista.
*Por Matilde Freitas
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