Nesta quarta às 19h Silvana Leal lança seu livro Palavra Açúcar na Fundação Cultural Badesc, na Rua Visconde de Ouro Preto, Centro de Florianópolis. Nascida em Itajaí, Silvana se define como artista multimeios e buscou em seu terceiro livro explorar os limites da poesia como arte contemporânea. Por telefone, a artista concedeu entrevista ao Diário Catarinense:

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No seu livro você explora os limites da poesia?

Silvana Leal – Nenhum escritor quer fazer o que já foi feito. Meu livro vai além da poesia concreta e do que já foi feito. Eu quis incorporar o linguajar da internet, a forma como a gente se comunica no Facebook e por email. Quis trazer as possibilidades da nossa geração para fazer poesia e também explorar a relação entre a poesia e a imagem. Palavra Açúcar é tudo isso. É resgatar memória, dar uma volta nos antepassados, ser grato pela existência. São quatro capítulos no livro, o Palavra Açúcar destrincha desde o começo da existência até a morte. Já no capítulo Palavra Poema eu faço uma ode à poesia, é metalinguagem, o poema falando do poema. Em Palavra Mar eu falo do mito do mar e do amar. Uso a metáfora do mar para falar do amar e também do meu amor pelo mar e de como é viver no mar. Em vários poemas eu falo do vento, aqui em Florianópolis é impossível não falar do vento (risos). E no Palavra Casa falo da casa enquanto lugar íntimo, da casa como corpo. Entra também a exploração do corpo como lugar íntimo. São os lugares onde vivemos nossa profundidade.

Na introdução você deixa a entender que o livro tem uma função, assim como a arte. Qual é essa função?

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Silvana – Acredito que o livro tem a função de mexer com a nossa alma, provocar, ele é um alimento provocador. Ele nos perturba também. Apesar do nome, Palavra Açúcar não fala só sobre doçura, mas sobre a fragilidade do existir. Até porque o açúcar só é doce na medida em que é refinado. O livro está sempre nos questionando, é um pensamento mais elaborado, uma outra esfera. Ele acaba sendo uma forma de refinar nossa existência.

Citações do livro:

“é delito

ou deleite

o supra sabor

do

vinho”

“o saber

sangrar-se

súbito

de

prazer”

“nunca se perde o que foi bonito quando ainda não se sabe a beleza do que vem.”

“humanos são como vulcões imprevisíveis em suas erupções e infalíveis em seus derramamentos”

Palavra Açúcar

Silvana Leal

136 páginas

Editora Papa Terra

Agende-se

O quê: lançamento do livro Palavra Açúcar, de Silvana Leal, com performance dela junto com o músico Airton Perrone

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Onde: Fundação Badesc, rua Visconde de Ouro Preto, 216, Florianópolis

Quando: hoje, às 19h

Quanto: gratuito