A artilharia pesada das forças pró-governamentais líbias bombardeava nesta sexta-feira o grupo Estado Islâmico (EI) em seu reduto de Sirte (centro-norte), depois de ter conseguido entrar nesta cidade que permanece cercada.
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As forças leais ao governo de união nacional, apoiado pela comunidade internacional, informaram no Facebook e no Twitter que “os disparos de artilharia pesada estão visando a posiçõe do EI nos arredores do centro de conferências de Uagadugu”.
Na véspera, as forças do governo conseguiram entrar na cidade com o objetivo de reconquistá-la nos próximos dias.
A perda de Sirte representará um enorme revés para o EI, num momento em que o grupo extremista enfrenta uma grande ofensiva apoiada pelos americanos e russos no Iraque e a Síria, os dois países onde está melhor estabelecido.
Esta ofensiva contra a cidade portuária localizada 400 km a leste de Trípoli é realizada pelas forças terrestres, aéreas e marítimas.
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Ela permitiu às forças do GNA avançar até o centro da cidade, principalmente nos arredores do centro de conferência Uagadugu, no qual o EI instalou um posto de comando.
As forças do governo também assumiram o controle do acesso marítimo para Sirte, impedindo que os extremistas fujam por mar da ofensiva das autoridades.
As forças leais ao GNA anunciaram em 12 de maio o início da ofensiva para expulsar o EI da faixa costeira de cerca de 200 km de comprimento, controlada desde 2015 pelos extremistas.
Desde então, retomaram Abu Grein (130 km a oeste de Sirte), a base aérea de al-Gordabia, a usina termelétrica de Sirte e três quartéis localizados vinte quilômetros do centro da cidade.
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E, na quinta, os militares anunciaram a retomada de Harawa, uma das três cidades mais importantes da região, 70 km a leste de Sirte.
O número de extremistas presentes em Sirte não é conhecido, mas serviços estrangeiros estimam em 5.000 homens a força do EI na Líbia. Da mesma forma, não é possível determinar o número de civis ainda presentes na cidade.
Em três semanas de ofensiva, 115 combatentes foram mortos e 300 feridos, de acordo com Aziz Issa, do hospital em Misrata.
Simbolicamente, os combatentes pró-GNA destruíram as estruturas de um quadro de avisos em Sirte que o EI usada para expor, em posição de crucificação, pessoas executadas, de acordo com imagens divulgadas nas redes sociais.
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As forças do GNA são compostas principalmente por combatentes das milícia de Misrata (150 km a oeste de Sirte) que aderiram ao governo de unidade liderado pelo primeiro-ministro Fayez al-Sarraj.
Elas são apoiadas pelos guardas das instalações petrolíferas no “Crescente petrolífero”, uma região cobiçada pelo EI que, em várias ocasiões, tentou assumir o controle desses recursos energéticos.
Estes guardas lançaram uma ofensiva na direção de Sirte a partir do leste, e conseguiram recuperar a cidade de Ben Jawad, a 160 km de Sirte, e Nofliya 130 km.
* AFP