Decorria a primeira metade dos anos 1960, e Rio do Sul e o Alto Vale passavam por uma depressão econômica e social sem precedentes. Era o final da era da madeira, com o fechamento de centenas de serrarias e madeireiras beneficiadoras. Era o produto responsável por 90% de nossa economia. Estávamos sem rumo e sem futuro. Abril de 1964, e eclodiu a revolução militar no país trazendo novas esperanças. Aproveitando o feriado municipal de 15 de abril, como hábito, um grupo de cidadãos e sonhadores locais, reunidos para o cafezinho tradicional na birosca Querência, na Avenida Aristiliano Ramos (atual Galeria Bazanella), lá estavam o bioquímico Guilherme Gemballa, o promotor de justiça Ruy Olimpio de Oliveira, o tabelião Leandro Dellagiustina, o economista Ruben Bins da Silveira, o empresário Osni José Gonçalves, o agrônomo Rolf Odebrecht, o bancário Gilberto Meirelles, o tenente Walmor Machado, o jurista Nelson de Abreu e o economista Viegand Eger, o mais jovem do grupo.
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Coincidentemente, era o dia da posse do general Castelo Branco na presidência da República, cujo discurso de posse transmitido pelas emissoras de rádio, tocou a todos quando conclamou os brasileiros a se empenharem pela redenção do país. O grupo de imediato se indagou, o que nós poderemos fazer pela nossa cidade? Foi quando Gemballa e Eger arriscaram uma proposição: que tal se criássemos uma faculdade? E assim, entre discussões e opiniões favoráveis e contrárias, e apoio da associação empresarial, amadurecemos a ideia até 1966, quando convencemos os integrantes da Câmara de Vereadores e o prefeito a aprovar o nosso projeto, que culminou com a assinatura da Lei nº 613 de 07 de julho de 1966, sancionada pelo prefeito Alfredo João Krieck, criando a Fundação Educacional do Alto Vale do Itajaí (Fedavi).
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Iniciava-se então uma grande epopeia, para nós um sonho e, para muitos, uma utopia. Em 28 de dezembro fui eleito e homologado primeiro diretor da Faculdade de Administração de Empresas do Alto Vale do Itajaí, com a responsabilidade de montar a sua estrutura e fazê-la funcionar. Em 18 de março de 1967, registrou-se a aula inaugural no E.C. Concordia. As aulas iniciaram logo em seguida no subsolo do Colégio Dom Bosco. As aulas fluíram com novos professores advindos de outros centros, chegando em 1970 com a conclusão da primeira turma. Continuamos a caminhada através de cinco décadas com fé, confiança e determinação com muitas pessoas tornando-se parte desta epopeia. Aos 50 anos, a Unidavi consolida a posição como instituição que, além de formar profissionais em diversos campos, estimula a cultura, a tecnologia e o desenvolvimento regional.
*Artigo escrito pelo ex-reitor da Unidavi, Viegand Eger
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