Artigo: Sobre você e a política

Recentemente vimos, de forma estarrecida, os deputados federais, ao se posicionarem sobre o prosseguimento do processo de impeachment da presidente da República, alegarem os mais diversos motivos e razões. Muitos viraram memes nas redes sociais. Mas qual a razão disto? Por que nossos representantes não conseguem reconhecer o real motivo de sua participação em assunto de extrema importância para o país? Talvez seja o reflexo de uma casa política que tem em um dos seus mais bem votados componentes alguém que utilizou como plataforma de campanha o slogan “Não sabe o que um deputado faz? Nem eu! Me elege que te conto”. Onde fica o alinhamento de ideias? É o interesse por cargos e indicações que governa o voto do parlamentar?

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Não pretendo responder tais perguntas, mas sim, apresentar alguns dados para que o leitor chegue a suas próprias conclusões. Pesquisa realizada pelo Instituto Mapa de Florianópolis, no período de 18 a 26 de maio, trouxe alguns dados que servem de base para a reflexão. De imediato, identifica-se que 63,4% dos eleitores declaram ter algum grau de interesse quando o assunto é política ou eleições, sendo: muito interesse (17,4%), interesse (24,7%) e às vezes interessado às vezes não (21,3%). Outros dados merecem ser compartilhados: 65,4% declaram desconfiança na política e nos políticos. Em índices superiores a 70%, declararam ser contra a corrupção ou a prática do “rouba, mas faz”, e a pesquisa conclui que os eleitores, de modo geral, têm a imagem que, na classe dos políticos, nem todos são corruptos, mas estes parecem ser maioria.

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Os questionamentos a serem feitos são: quanto esta pesquisa retrata o pensamento do leitor que até aqui chegou, e que ações estamos dispostos a promover no propósito de melhorar a atuação e as respostas da classe política para a sociedade? Em outubro, teremos eleições municipais e será uma oportunidade para o eleitor sinalizar à classe política o seu desencanto com o status quo, desde que pratique o voto consciente e se comprometa com a vida política além do período eleitoral. E você, como vai agir?

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