Autoridades e lideranças da região não podem continuarde braços cruzados assistindo, indiferentes, ao grande número de acidentes com mortes na BR-470. A cada semana, aumenta de forma espantosa o número de acidentes naquela movimentada rodovia. Somente em uma semana do mês passado foram 10 pessoas que ali perderam a vida. Enquanto os números assustam, a 470 já foi apelidada inclusive de rodovia da morte. Em 2015, foram 2.122 acidentes com 98 mortes. Este ano, os acidentes já somam 735 até maio, com mais de 25 mortes. Os dados são da Polícia Rodoviária Federal, que conta com apenas 30 policiais para fiscalizar a extensa e perigosa rodovia, quando 60 seria o número ideal, segundo o seu próprio comando.
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Apesar da sua importância econômica, a BR-470 é uma rodovia reconhecidamente saturada, pois o fluxo de carga que por ela trafega hoje é 10 vezes superior ao que foi projetado. Além disso, a rodovia, em todo o seu trajeto, conta com uma série de problemas responsáveis, em grande parte, por muitos acidentes. Para começar, a rodovia, que é interestadual, passa obrigatoriamente pelo centro de três cidades: Pouso Redondo, Rio do Sul e Apiúna. É uma rodovia sinuosa e com muitas curvas, o que tem provocado graves acidentes, principalmente com containers. Os motoristas que por ela trafegam têm ainda que enfrentar duas serras: a de Ibirama e a da Santa, em Pouso Redondo.
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Em termos de insegurança, acidentes e mortes a BR-470 está hoje para a população do Vale, como a Jorge Lacerda esteve na década de 1970, quando também era chamada de rodovia da morte. Sendo a única estrada oficial que na época ligava o Vale ao Litoral, o movimento de veículos crescia assustadoramente e sem qualquer fiscalização. Isso fez a Jorge Lacerda bater recorde em número de acidentes com mortes. Foi quando o Vale reagiu, propondo ao governo a criação de um órgão fiscalizador. Sensível e preocupado, o governo criou então a Polícia Rodoviária Estadual, que foi ativada em Gaspar em 11 de agosto de 1977.
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Para o gravíssimo problema, a Polícia Rodoviária foi um santo remédio, pois, a partir daí, os acidentes diminuíram espetacularmente. Houve anos, inclusive, que não foi registrada nenhuma morte na Jorge Lacerda e outros ainda com números inferiores a 10 mortes. A BR-470 precisa de ações para se igualar à Jorge Lacerda em termos de segurança.