O ministro da saúde, Ricardo Barros, defendeu, recentemente, a criação de planos de saúde mais baratos como forma de reduzir a demanda do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa solução surgiu em um momento de crise e falta de recursos na área da saúde. A estratégia, embora tenha gerado muita polêmica e críticas, é viável e pode ajudar a tirar essa pressão atual do sistema público de saúde e melhorar os serviços oferecidos à população. Hoje, o SUS atende cerca de 150 milhões de pessoas e a medicina suplementar, aproximadamente 50 milhões. Entretanto, o total investido pelos planos de saúde é maior do que o do SUS.
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Baixar o custo dos planos de saúde é possível, mas requer algumas medidas. Calcula-se que é possível diminuir o valor cobrado em até 30%. Para isso, são necessárias algumas adequações no atendimento, além de uma campanha de educação para que exista mudança na forma como a população enxerga o papel dos planos de saúde. Hoje, o que ocorre é a necessidade de ter um plano voltado ao problema pré-existente, isto leva a seguinte conclusão: o plano, ao invés de ser voltado à saúde, acaba em grande parte sendo voltado à doença. Portanto, é preciso estimular que pessoas saudáveis também procurem ter plano de saúde como opção de cuidados para o futuro.
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Alguns entraves dificultam as mudanças. Uma delas é a legislação atual, que não permite bonificação por uso dos serviços, a exemplo do que existe com os seguros de carro. A bonificação poderia ser um estímulo tanto para a utilização racional do serviço de saúde – onsultas e exames – quanto para beneficiar usuários que sigam programas de prevenção. Uma alteração na forma como os reajustes são autorizados pela Agência Nacional de Saúde (ANS) também é necessária. É preciso permitir reajustes conforme a sinistralidade. Isso poderia estimular as operadoras a comercializar planos familiares.
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Outra forma de otimizar o serviço é estimular uma prática que ainda é vista com ressalva pelos segurados que têm plano de saúde: a figura do médico de família. Esse profissional seria o responsável pelo atendimento e encaminhamento dos pacientes, somente quando necessário. Isso evitaria consultas, exames e até tratamentos desnecessários. Com essas mudanças de paradigmas e atitudes, é possível oferecer planos de saúde com valores mais baixos e aumentar a gama de usuários. A popularização dos planos é uma saída para a crise do setor de saúde pública, desafogando o SUS e oferecendo um atendimento de qualidade à população.
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