*Por Marcel Ramalho, médico e diretor do Hospital Geral Joinville, do Sistema Hapvida

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2020 está sendo um ano desafiador, provocador de vivências únicas. Nós, profissionais da saúde, estamos dando o nosso melhor no combate à Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Particularmente, tive a oportunidade de passar por uma experiência bem importante e, até então, inédita na minha trajetória, indo ao encontro deste esforço coletivo.

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Durante duas semanas, me afastei temporariamente das funções de gestão do Hospital Geral Joinville para atuar presencialmente no Hospital Layr Maia, uma das unidades do Sistema Hapvida em Belém, capital do Pará. Participei diariamente de atividades organizacionais, como a logística para a disponibilização dos leitos; e na linha de frente de atendimento, desde os primeiros cuidados até a unidade de terapia intensiva (UTI).

Pude visualizar uma situação bem diferente da que vive a cidade mais populosa do Estado, onde ainda há menor letalidade e taxa de ocupação dos leitos. O Norte do País foi um dos primeiros locais a atingir o pico da contaminação e isso, naturalmente, desperta em nós, que moramos em locais onde a situação dos sistemas de saúde público e privado ainda estão mais controladas, a vontade de colaborar.

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Tive contato com inúmeros pacientes de covid. Durante a minha estada, no Layr Maia, havia cerca de 72 leitos destinados para pacientes com a doença, todos ocupados simultaneamente. Acompanhei quadros atípicos: alguns com alta prevista para a data e que, em meia hora, descompensaram de forma rápida e angustiante. Há pessoas mais suscetíveis, independentemente de todos os esforços, protocolos e medicações. Vi, infelizmente, pacientes falecerem, mas vi muito mais recebendo alta.

Foi um aprendizado imenso e do qual retornei, felizmente, saudável e sem contaminação, o que me impulsiona a reforçar um alerta: o inverno está chegando. Em 20 de junho, começará a estação mais fria do ano. As medidas de prevenção são indispensáveis para proteger a si e aos outros das doenças respiratórias típicas da época, além da própria covid.

Precisamos manter o isolamento, ficar em casa, usar máscaras e manter a rotina de higienização das mãos. Todo cuidado é pouco perto da gravidade de contrair uma doença ainda desconhecida, para qual não há histórico e roteiro pronto. Estamos aprendendo com os novos casos e sempre nos deparando com novidades, pois a doença age em cada um de uma forma diferente.

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