Terminada a Olimpíada do Rio, com 19 medalhas, o Brasil resta na melhor posição até hoje alcançada nos Jogos Olímpicos. Mas não atingiu a meta, que era de 27 medalhas. Apesar de toda a repercussão, estamos muito longe de ser um país dos esportes. Isso porque, há muito tempo, os investimentos têm sido direcionados aos esportes de alto rendimento e nada se faz para incentivar a prática esportiva na base, de onde poderiam surgir espontaneamente os novos valores de cada modalidade. Os currículos escolares não têm o esporte como objetivo e as poucas iniciativas desviaram os recursos oficiais através de ONGs fraudulentas frequentadas por ativistas políticos corruptos.

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Agora é tarde para discutir a conveniência da realização da Olimpíada no Rio de Janeiro, assim como também não cabe mais questionar a Copa do Mundo de 2014. Mas é indispensável que os órgãos de fiscalização e controle acompanhem de perto o fechamento das contas relativas a esses eventos e, principalmente, o que será feito das instalações esportivas e com todo o aparato construído para dar suporte aos certames. Esses empreendimentos, especialmente os que tiveram a aplicação de dinheiro público, têm de, obrigatoriamente, cumprir função social e urbanística.Se isso não acontecer, ficará escancaradamente provada a inconveniência da realização tanto da Olimpíada quanto da Copa do Mundo em solo brasileiro.

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Precisam as autoridades e entidades ligadas ao desporto aproveitar o momento e o legado olímpico para incentivar o povo à prática esportiva sem aquele viés enriquecedor que facilita a corrupção. Temos que incutir nos jovens o desejo de praticar o esporte como forma de socialização, cidadania, convivência e saúde, com a possibilidade dos melhores subirem os degraus da fama.

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Para tanto, as escolas devem ser conclamadas eapoiadas para oferecerem esportes ao alunado. As prefeituras e as empresas a, com recursos próprios e por incentivo fiscal, apoiar os esportes e notadamente as escolinhas de onde possam surgir os futuros craques das diferentes modalidades. Nada contra o esporte de ponta. Havendo a prática disseminada das diferentes modalidades pela população, as grandes equipes terão onde buscar seus novos valores e o povo terá nos centros esportivos o grande ponto de encontro. Nem todos os esportistas de base conquistarão a glória, mas todos eles gozarão dos benefícios da “mente sã,em corpo são”, traduzidos em saúde, convivência pacífica e cidadania.

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