Desde 1912, quando as marcas do atletismo começaram a ser mensuradas, o recorde mundial do salto em altura avançou 45 centímetros e o da corrida de 100 metros rasos diminuiu um minuto e dois décimos. Em todo torneio e, principalmente, nos Jogos Olímpicos, é grande a expectativa quanto à quebra dos recordes dessas duas provas clássicas. Cada marca derrubada testemunha o infinito esforço de superação do ser humano, o aperfeiçoamento dos métodos de treinamento e a tecnologia dos materiais usados pelos atletas. Tais avanços não beneficiam apenas os esportistas de alto rendimento, pois são aplicados na produção regular do vestuário destinado ao consumo, contemplando atletas amadores e milhões de pessoas em todo o mundo.
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Não pensem, contudo, que os uniformes que estarão sustentando recordes na Olimpíada do Rio de Janeiro chegaram ao limite da evolução tecnológica da indústria têxtil. Globalmente, o setor deverá migrar, de modo cada vez mais rápido, do modelo de competitividade baseado na baixa remuneração do trabalho para um sistema industrial marcado pela automação modular, robotização, redes digitais de comunicação, novos materiais, design inovador e pela produção mais ágil e customizada. Para o Brasil, significará ótima oportunidade de concorrer com os asiáticos. Porém, ao mesmo tempo, implicará o desafio de disputar mercados, inclusive o interno, com países de alto desenvolvimento econômico e tecnológico, como os Estados Unidos e os da União Europeia.
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Entre os desafios, inclui-se a preparação de uma nova geração de recursos humanos. Afinal, um sistema robotizado e virtualizado requer trabalhadores qualificados, talentosos e aptos a lidarem com tecnologias produtivas. Tal demanda remete a duas questões básicas: a melhoria da qualidade do ensino público e do acesso às universidades e escolas técnicas, e à arcaica legislação brasileira. Numa analogia com os Jogos Olímpicos, a evolução da indústria têxtil e de confecção brasileira, assim como de todos os setores de atividade, tem sido comparável a uma corrida com obstáculos: impostos e juros elevados, insegurança jurídica, crescente desequilíbrio fiscal do Estado, encargos trabalhistas onerosos, excesso de burocracia.
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Que as mudanças políticas em curso no Brasil contribuam para remover os empecilhos enfrentados pela indústria, pois, na corrida do desenvolvimento, diferentemente do ideal olímpico, não basta competir, é preciso vencer.
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