Artigo: É preciso levar cirurgias robóticas a mais pacientes de SC

Por Juliano Petters, diretor executivo do Hospital Santa Isabel

Desde junho, pacientes de Blumenau que necessitam de cirurgias podem contar com o que há de mais moderno na medicina atual: a robótica. Nesses seis meses, o Programa de Cirurgia Robótica do Hospital Santa Isabel, único do Estado a oferecer esse serviço, fez 47 cirurgias com o robô Da Vinci. A cidade é apenas a segunda não-capital do Brasil a contar com essa tecnologia. A maioria dos pacientes atendidos nesse período é do Vale, mas o hospital também operou via robótica pessoas de toda SC, além de cidades do PR e RS.

Desde o início do programa, 10 médicos cirurgiões do HSI já foram credenciados para atuar com o robô dentro das especialidades. A maioria das operações possíveis com o aparelho é de próstata e urológica, endometriose, cirurgias do aparelho digestivo e parede abdominal e operações ginecológicas. O uso do robô Da Vinci Si garante incisões cirúrgicas menores, com menos chance de sangramento e redução no tempo de recuperação do paciente.

Isso sem falar nos médicos de outras cidades que fizeram treinamentos e buscaram a Certificação em Cirurgia Robótica para atender seus pacientes no Santa Isabel. Esse movimento fortalece ainda mais a tradição de Blumenau como polo regional de serviços médicos, e faz parte da vocação centenária do nosso hospital, que sempre se comprometeu com o futuro da medicina e assistência de qualidade.

A cirurgia robótica ainda não está disponível pelo SUS, e também não faz parte do rol de procedimentos de cobertura obrigatória pelas operadoras de saúde. Os planos que já aderem ao serviço seguem um modelo de custeio já consagrado em todo o Brasil: a operadora cobre a internação, os insumos e procedimentos relacionados à cirurgia por videolaparoscopia, enquanto os pacientes pagam somente os insumos descartáveis utilizados pelo robô.

Quando não há essa aderência por parte de alguma operadora, crescem as demandas de judicialização para que os clientes consigam o pagamento destes procedimentos por orientação legal, prática que não faz bem à área da saúde, mas é um direito. O nosso hospital busca criar fortes parcerias com operadoras de saúde que reconhecem a cirurgia robótica como um diferencial.

Por isso, a importância de um Programa de Cirurgia Robótica amplo e aberto aos profissionais médicos, como é o do Hospital Santa Isabel, que é gerido pela Associação Congregação de Santa Catarina, uma rede filantrópica de saúde que já adquiriu e implementou o cirurgião-robô em outras duas unidades, em SP e no RJ. Dessa forma, atuando em rede, será possível buscar parcerias com a iniciativa privada e o entendimento do mercado, visando levarmos o benefício da tecnologia para cada vez mais pacientes que necessitam da cirurgia robótica.