Os EUA estão passando por uma revolução na área energética com a exploração do gás natural extraído do xisto. Isto poderá impulsionar novamente a economia americana por causa desta fonte de energia barata. O Brasil teve a sua chance de aproveitar melhor a energia do xisto há mais de 70 anos e deixou escapar a oportunidade por falta de sensibilidade das autoridades governamentais.

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O responsável por esta façanha foi Roberto Angewitz, conhecido como Perna de Pau, nascido em São Bento do Sul em 1878. Ele foi o pioneiro na exploração do xisto betuminoso em São Mateus do Sul, no Paraná, produzindo gasolina durante a Segunda Guerra Mundial.

Quando tinha oito anos, Angewitz teve que amputar a perna direita por causa de uma mordida de cobra. Daí o apelido. No início do século 20 foi para Curitiba, onde trabalhou como taxista. Abriu uma fundição de bronze e ferro, que faliu. Em 1932, começou experiências de destilação de xisto em São Mateus do Sul. Obteve os primeiros resultados satisfatórios, produzindo gasolina e outros produtos.

Com dedicação exclusiva à atividade pioneira, criou a primeira usina para exploração e destilação de xisto. Angewitz morreu em 1947 e depois da criação da Petrobras a usina foi vendida ao governo. Somente em 1984 foi inaugurado um monumento em sua homenagem. No pedestal está escrito: “Roberto Angewitz, o Perna de Pau, pioneiro do aproveitamento do xisto em São Mateus do Sul.

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Na época da Segunda Guerra Mundial, em instalações rudimentares, mediante processo em batelada, que o seu gênio inventivo concebeu e a sua tenacidade fez funcionar, produziu 300 litros por dia de combustíveis automotivos”. É mais um gênio brasileiro que caiu no ostracismo.