Andar nas calçadas de Joinville continua sendo um sacrifício que desafia a paciência, a persistência e a integridade física dos pedestres. Buracos e degraus, lixeiras basculantes abertas, toldos e placas baixas fazem vítimas frequentes, que, por descrença, medo e vergonha, seguem silenciosas, sem denunciar os danos sofridos.
Continua depois da publicidade
Reverter esse quadro exige uma grande prática de amor dos joinvilenses para Joinville e para si mesmos, por meio do esforço coletivo para construir a boa calçada em todas as ruas da cidade. E todos nós, joinvilenses por nascimento ou opção, seremos os beneficiários diretos deste mutirão, pois, em algum momento, todos nós usamos a calçada.
A boa calçada tem duas qualidades essenciais: é acessível e ecológica.
Para ser acessível, a calçada deve ser sem degraus. Os desníveis devem ser superados por rampas suaves (8%). Também deve ser livre de obstáculos aéreos (toldos, placas, lixeiras, galhos de árvores etc.). Concreto alisado é o melhor material para construir a calçada acessível, pois significa para o pedestre o mesmo que o asfalto significa para o automóvel. O paver vem em segundo lugar.
Para ser ecológica, a calçada precisa ter faixa de grama e árvores junto ao meio-fio. Com isso, teremos ar de melhor qualidade, temperaturas mais amenas, mais pássaros e mais bem-estar para todos nós.
Continua depois da publicidade
Neste grande esforço coletivo, o setor público e as entidades representativas da sociedade têm a missão de dar o exemplo, construindo a boa calçada (acessível e ecológica) na quadra em que estão localizados, em articulação com seus vizinhos. E nós, cidadãos, temos a missão de seguir o exemplo, em articulação com nossos vizinhos.
A Sociedade Harmonia-Lyra, presidida pelo advogado Álvaro Cauduro, foi quem primeiro mostrou que isso é possível, por meio da construção da nova calçada na Rua 15 de Novembro, entre as ruas Dr. João Colin e do Príncipe.
* Odair Pavesi, psicólogo