Se há um espaço democrático em Balneário Camboriú é o do quiosque, essa verdadeira instituição que agrega moradores, enfeita a praia, alegra o calçadão. Local de reunião de famílias inteiras dos condomínios fronteiriços, que trazem suas cadeiras para seu ponto, alguns congregam moradores em verdadeiras festas comunitárias em torno de um conjunto de pagode ou de um espetinho de gato, regado a muita cerveja. Verdadeiros botequins que irmanam os diferentes, fraternizam, lavam a alma, independente da quantidade de bebida sorvida na confraternização.
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A partir do quiosque 21, assisto imagens ao vivo da praia na internet, quando não estou em Balneário – mais uma utilidade dos concorridos “points”. O botequim é a cidade em assembleia permanente, dizia Ruy Castro na “Folha” do último dia 26. Seus habitués aparecem a qualquer hora, de sapato ou chinelo, a sós ou avec, socializam uns com os outros e não têm pressa para ir embora. Isso agrega os cidadãos e torna a cidade mais humana e oxigenada.
Assim é o quiosque 26, na altura da 3.100, bem no centro da Praia Central. Frequência eclética de eternos amigos, quase que diária: o mecânico, o pedreiro, o médico e o engenheiro, o funcionário público e, às vezes, até o desembargador aposentado. Cada um com sua história. A preferência é pela cerveja, mas a caipirinha antes do almoço também tem seus adeptos.
Ali se discutem as novidades locais, as questões nacionais e o placar do fim de semana, e seus frequentadores convertem-se em plateia para o espetáculo em que se transforma a avenida Atlântica, com seus ciclistas e atletas, na ciclofaixa rente ao calçadão.
Longa vida para os quiosques de Balneário e suas confrarias.
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