Figura singular, o jornalista e humorista Aparício Torelly (mais conhecido como Barão de Itararé) era um frasista de mãocheia, que se tornou conhecido e permanece na memória de muitos graças a tiradas carregadas de ironia. Disse ele certa vez, subvertendo uma frase emblemática do positivista Auguste Comte, que “os vivos são e serão sempre, cada vez mais, governados pelos mais vivos”. É, óbvio, um dito marcado pela crítica bem-humorada aos maus políticos. Mas é também uma frase que ganha força quando estamos prestes a ingressar, uma vez mais, em um processo eleitoral.
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O raciocínio é simples e lembra muito o dilema da família que, ao chegar cansada do trabalho durante a semana, prefere deixar que meia dúzia de vizinhos decida o futuro de todos os moradores do condomínio. Todos nós precisamos entender que as eleições (felizmente!) vão ocorrer com ou sem a nossa participação. E que da nossa efetiva atuação dependerá a definição dos nomes que vão sair vitoriosos das urnas.
Não há outra opção no Estado Democrático. E não há opção melhor que o Estado Democrático para a sociedade. Decidir o voto de forma impensada ou – pior – trocar o voto por um benefício qualquer são práticas danosas, que comprometem a qualidade do processo eleitoral. E ainda mais grave: são atitudes que transferem para terceiros a responsabilidade pelo resultado das eleições.
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Por isso, a Ordem dos Advogados do Brasil saúda a iniciativa do Grupo RBS e participa com grande entusiasmo desta campanha que pretende chamar o eleitor à responsabilidade. A hora é de dar um basta à passividade e tomarmos as rédeas para juntos conduzirmos nossos destinos a um tempo melhor, com mais igualdade e justiça. A “malandragem”, matéria-prima tão rica para os humoristas, não pode ter vez nas urnas.
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