Seja para documentar ou criticar o crescimento desordenado, a arte na Capital catarinense evoluiu nas últimas décadas com representantes atentos às mudanças culturais, às vanguardas artísticas e às transformações urbanas. Florianópolis Através da Arte, a partir de hoje no Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), no Centro Integrado de Cultura (CIC), e a mostra fotográfica sobre a Praça XV de Novembro, aberta até o dia 29 na Casa da Memória, entram cartaz na cidade em momento oportuno para reflexão, já que os problemas de poluição nas praias e a histórica falta de planejamento citadino já vêm sendo contados por artistas há tempos.

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A exposição no Masc apresenta a formação original da mesma realizada há 13 anos na instituição, composta na época por 41 obras de 22 artistas de variadas tradições e linguagens, como pinturas, gravuras e desenhos, todos parte do acervo do museu. Para esta edição, o curador Jayro Shcmidt fez um adendo de 10 trabalhos inéditos que expressam pontos de vista diferentes de uma mesma região de Florianópolis e ocuparão um espaço anexo à mostra principal.

Cobranças e propostas para a cultura em Santa Catarina

_ A ideia surgiu na época no Núcleo de Arte-educação do CIC com o objetivo de mostrar o desenvolvimento da arte à cidade. Traz várias formas de expressão e também épocas. Tem teor didático _ diz Schmidt.

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A maior parte dos artistas é de Florianópolis ou se estabeleceu na cidade, entre eles nomes importantes na cena brasileira como Hassis, Silvio Pléticos, Martinho de Haro, Eduardo Dias, Meyer Filho, Tércio da Gama e Eli Heil.

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_ Está bem pontuada uma arte tradicional, sem muitas preocupações a não ser documentar, feita pelos mais antigos. Os mais novos trazem a reboque algo além do documental, uma visão crítica da cidade e da destruição a partir dos anos 60. Há uma crítica feita ao desenvolvimento que não pensou no passado e nem no futuro. Obras que sutilmente revelam isso. Traz a arte como veículo de reflexão sobre a cidade sem planejamento e que, quando planejada, foi em nome da exploração imobiliária _ ressalta o curador.

Quando a praça era cercada por gradis

Na Casa da Memória de Florianópolis uma exposição de 30 imagens do acervo municipal mostra as transformações do local considerado o coração do município: a Praça XV de Novembro, no Centro Histórico. Os registros revelam, por exemplo, que ela já foi cercada com gradis de ferro e teve acesso restrito ao público, com horários controlados para visitação.

As imagens são narrativas do entorno da Praça entre os séculos 19 e 20. Dentre as reproduções está uma pintura de Vicente Pietro, artista que acompanhou Dom Pedro II e a comitiva imperial em sua visita à Ilha de Santa Catarina, em 1845.

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Pouca gente sabe, mas a Casa da Memória é um centro de documentação da vida social e cultural da cidade e tem acervo para consulta. Entre as coleções estão o Banco de Imagens Sylvio Ferrari, com fotografias de caráter biográfico, histórico e geográfico; e o Arquivo Zininho, com os registros sonoros e visuais, organizados pelo saudoso poeta, compositor e radialista Cláudio Alvim Barbosa (1929-1998).

AGENDE-SE

O quê:
exposição Florianópolis Através da Arte
Quando: abertura hoje, às 19h. Visitação até 14 de fevereiro, de terça a sábado, das 10h às 20h30min, domingos e feriados, das 10h às 19h30min
Onde: Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), no CIC (Av. Irineu Bornhausen, 5.600, Agronômica, Florianópolis)
Quanto: gratuito
Informações: (48) 3664-2629

O quê: exposição sobre a Praça XV de Novembro
Quando: até dia 29, de segunda a sexta-feira, das 13h às 19h
Onde: Casa da Memória (Rua Padre Miguelinho, 58, Centro, Florianópolis)
Quanto: gratuito
Informações: (48) 3333-1322 

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