A arrecadação do governo estadual nos sete primeiros meses de 2016 registrou uma queda real de 5% frente ao mesmo período do ano anterior. O resultado leva em conta um crescimento de 3,8% das receitas frente a uma inflação acumulada de 8,8%. Com isso, a arrecadação está quase R$ 1 bilhão abaixo do previsto na Lei Orçamentária Anual.
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Conforme antecipou a colunista Estela Benetti, julho teve o pior desempenho mensal desde 2004. Na comparação com o mês anterior, houve uma queda real de 5,27%, o que representa R$ 100 milhões a menos nos cofres estaduais. O maior impacto negativo no ICMS em julho ocorreu no setor de combustíveis e lubrificantes, que teve queda de 12,3% e implicou em R$ 32 milhões a menos de receita.
Arrecadação de SC tem pior desempenho em 12 anos
O setor metalmecânico registrou retração de 26,6% (- R$ 17 milhões), refletindo a crise do setor automotivo. As bebidas, que estavam vendendo bem no primeiro semestre, tiveram retração de 13% (-R$ 11 milhões), o setor de telecomunicações caiu 9,9% (- R$ 10 milhões) e o de medicamentos e fármacos, 6,5% (-5 milhões). Os repasses da União via Fundo de Participação do Estado tiveram uma queda de 24 milhões.
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Segundo o governador Raimundo Colombo, a situação é grave e só não está pior graças à renegociação da dívida do Estado com a União e ao aumento da alíquota de contribuição dos servidores à Previdência. Colombo garante ainda que da dívida do Estado com a União e ao aumento da alíquota de contribuição dos servidores à Previdência.
Colombo garante ainda que o governo, mesmo com dificuldades, conseguirá fechar as contas até o fim do ano. Para 2017, ele projeta grandes dificuldades caso a a economia não mostre sinais de recuperação imediata.
Reunião com Alckmin em SP
Nesta terça-feira, Colombo esteve em São Paulo, onde se reuniu com o governador Geraldo Alckmin para debater soluções conjuntas para enfrentar a crise dos estados. Ele foi acompanhado do secretário da Fazenda Antonio Gavazzoni e do adjunto Almir Gorges. No dia anterior, ele já havia debatido o tema com o governador do Paraná, Beto Richa.
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— Enquanto perdemos R$100 milhões em um mês, a folha de pagamento dos servidores estaduais cresceu R$ 91 milhões em julho em comparação com julho do ano passado. Em relação ao orçado para o ano, já falta R$1 bilhão. É uma conta que não fecha, não podemos encarar esse cenário sem fazer nada — afirma Gavazzoni, lembrando também que Santa Catarina não aumentou impostos, mantém a folha dos servidores sem atraso e antecipou metade do 13º salário do funcionalismo.
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