Santa Catarina começa a sentir os efeitos da crise econômica que atinge o país. O Estado arrecadou R$ 3,24 bilhões no primeiro bimestre deste ano, um crescimento de 6,12%. No mesmo período, a inflação foi de 7,14% segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA). De acordo com a Secretaria de Estado da Fazenda, esta foi a primeira vez que a inflação supera a arrecadação desde abril de 2013. Para especialistas, uma das explicações para o resultado ruim é a alta de impostos, que fez o consumo baixar em todo o país. O Governo informa que pretende reforçar as ações do Pacto por SC para tentar estimular a economia.

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Historicamente, janeiro e fevereiro são meses de alto rendimento por causa dos ganhos com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), um dos motores da arrecadação tributária do Estado. No entanto, para o secretário de Estado da Fazenda, Antonio Gavazzoni, a crise econômica nacional fez com que o turista tenha se controlado mais nos gastos nesta temporada e o resultado foi um ganho menor do que a projeção do governo para o período: R$ 3,61 bilhões.

– Com impostos altos, as pessoas até viajam, mas passam a gastar menos. Há um cenário pouco animador na economia brasileira, então temos que saber lidar com isso. O governo vai investir R$ 3 bilhões através do Pacto por SC e isso deve dar mais confiança aos empresários e investidores – informa o secretário.

A retração nas vendas da indústria, que recuaram 12,6% em janeiro, segundo pesquisa da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), também foi citada pela secretário. O professor de Finanças da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Jurandir Sell Macêdo, explica que a arrecadação abaixo da inflação significa um poder de investimento menor:

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– Nesses casos, a solução é cortar na carne. Ou seja, reduzir gastos com a máquina pública. Se não fizer isso, vai continuar tirando muito do contribuinte em impostos e devolvendo pouco em investimentos.