O arquiteto e urbanista graduado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie, de São Paulo, Pedro de Melo Saraiva, é filho do consagrado arquiteto catarinense Pedro Paulo de Melo Saraiva. Juntos, eles foram reconhecidos como proprietários do segundo melhor escritório de arquitetura do mundo em um evento realizado na África. Na lista de projetos da empresa estão a Ponte Colombo Salles, o novo projeto do Mercado Municipal de São Paulo e o Edifício Sede do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) em Brasília. Em entrevista para o DC por telefone, Pedro de Melo Saraiva fala sobre tendências do mercado e o desenvolvimento tardio de SC em alguns aspectos.
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Diário Catarinense – Quais são as tendências do mercado arquitetônico? O que está em alta?
Pedro de Melo Saraiva – A arquitetura está em um momento muito bom no que diz respeito à produção e aos profissionais. A tendência nacional é de construções arquitetônicas com o perfil de obras dos anos 1960 e 1970, porém mais leves e contemporâneas. Estamos pegando conceitos que já foram abandonados, mas que agora estão melhor refletidos. Quanto aos profissionais, a nova safra está muito boa. Não quero ser bairrista, mas diria que podemos falar isto sobre a faixa que vai desde o Rio Grande do Sul até Brasília. Incluindo também os profissionais do Ceará.
DC – Como está o mercado em Santa Catarina?
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Saraiva – São Paulo deu uma guinada, valorizando a arquitetura mais contemporânea, atual. Isso ainda não chegou aqui, mas é questão de tempo. Estamos celebrando esta arquitetura contemporânea sem estilos. O pessoal hoje não quer comprar um apartamento que parece um bolo de noiva. Não quero desmerecer o trabalho dos colegas, mas em Florianópolis ainda encontramos, ali na Beira-Mar, por exemplo, prédios neoclássicos com gosto duvidoso. Não sei se é modismo, mas atualmente estamos fazendo aquilo em que acreditamos. Arquitetura é como carro e roupa, tem que representar o momento atual.
DC – Quais os desafios da arquitetura atual?
Saraiva – Sem dúvida, a mão de obra. Falta gente capacitada. Por conta disso, muita obra acaba sendo não tão bem executada. É questão de ajuste, mas o momento é um pouco delicado. Também diria que os arquitetos estão sendo um pouco renegados em alguns aspectos. Precisamos ser mais inseridos, nos voltar mais à parte de infraestrutura.