Na primeira semana de escavações para a construção do elevado do Rio Tavares, no Sul de Florianópolis, foi encontrada uma “ponta” de um sambaqui. Conchas, materiais fossilizados e terras escuras foram verificados e um estudo mais profundo foi iniciado. Mas, de acordo com o arqueólogo que trabalha no local, Osvaldo Paulino da Silva, não existe a possibilidade de que esses achados inviabilizem as obras no local, que atualmente é um gargalo com longas filas.

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– Estamos fazendo uma prospecção para irmos liberando a área aos poucos. O sambaqui é uma habitação, um local onde eram despejadas coisas como conchas, comida e até ossos. Mas tudo pode ser retirado, nada é fixo – afirma.

Com as descobertas, mais arqueólogos devem se juntar a Silva e a dois historiadores para avançar na pesquisa e fazer o “salvamento” das relíquias. Elas devem ser encaminhadas à Universidade Federal de Santa Catarina para serem armazenadas.

O prazo estimado pelo arqueólogo é que as escavações e prospecções em relação ao sambaqui finalizem em 30 dias, mas os locais devem ser liberados para a colocação das pilastras de sustentação gradativamente conforme os materiais do sambaqui forem sendo retirados.

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As investigações para a confirmação da presença ou não de um sambaqui na região eram uma exigência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para a liberação da obra. No projeto, o elevado do Trevo do Rio Tavares (entroncamento entre as SCs 405 e 406) terá 220 metros de extensão. No entorno serão construídas ciclovias e calçadas. O investimento é de aproximadamente R$ 15 milhões e a previsão de entrega é de 18 meses – que, de acordo com a Secretaria de Obras não foi alterado pelas recentes descobertas.