O tiro que matou Gabriella Custódio Silva partiu de uma arma ilegal. A informação é do delegado da Polícia Civil, Elieser Bertinotti, que conduz a investigação na Delegacia de Homicídios de Joinville. A morte da jovem, que tinha 20 anos de idade, aconteceu na última terça-feira (23), quando ela foi atingida por um disparo no lado direito do peito.
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Em depoimento prestado à polícia na tarde desta quinta-feira, Leonardo Natan Chaves Martins, de 21 anos, que era companheiro de Gabriella, disse ter atirado acidentalmente nela com uma arma pertencente a seu pai, Leosmar Martins.
Segundo a polícia, Leosmar Martins não tem posse, nem porte de armas, o que denota a aquisição ilegal. Ele será intimado e deverá ser ouvido na tarde desta sexta-feira ou na próxima segunda-feira sobre o caso (podendo permanecer em silêncio no interrogatório).
Conforme Leonardo contou em depoimento ao qual o A Notícia teve acesso, no dia anterior a morte da mulher o seu pai havia lhe contado que tinha comprado a arma e isso teria despertado a curiosidade do jovem.
No dia seguinte, ele então teria perguntado ao pai onde estava o revólver, de cor preta e marca desconhecida. A resposta teria sido de que a arma de fogo estava guardada dentro do sofá da sala.
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"Imediatamente o interrogado foi a procura da arma e a localizou dentro do sofá, afirmando tê-la encontrado com o carregador ao lado dela", diz um trecho do depoimento. Em seguida, Leonardo afirmou que teria ido até a cozinha e que Gabriella o esperava também para ver a arma.

Ele então relatou que mostrou a arma de lado na palma da mão e com o dedo apenas encostado no gatilho, enquanto na outra mão estava o carregador. Nesse instante, afirma, aconteceu o disparo, reiterando que a arma disparou sozinha, segundo a polícia, "mesmo após várias indagações de que uma arma de fogo não dispara sozinha".
Vídeo mostra marido deixando Gabriella Custódio Silva no hospital em Joinville
— Ele afirma que o tiro foi acidental, mas tecnicamente uma arma não dispara sozinha. Não é que não possa acontecer, mas teria que haver uma perícia. Só que ele disse que a arma foi jogada em um rio após o tiro — explica o delegado Elieser Bertinotti, ao explicar que é possível acontecer o disparo mesmo sem o carregador porque uma munição fica dentro da arma.
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Ainda conforme Leonardo Martins, em depoimento, ele partiu direto para o hospital, onde deixou Gabriella, e depois ligou para o pai. Afirmou também que seu pai estava desesperado e lhe levou para São Francisco do Sul, e, no caminho pararam no Canal do Linguado e se desfizeram da arma.
O que diz a defesa
A defesa de Leonardo Martins informa que acompanhará o depoimento do pai do jovem, Leosmar, que provavelmente ocorrerá na segunda (29/07). Nessa oportunidade será explicado sobre a forma como a arma foi adquirida, quando, e sobre a autorização para tê-la em casa.