A Polícia Civil de Ibicaré, distante 20 quilômetros de Joaçaba, no Meio-Oeste de Santa Catarina, terá um mistério para desvendar nas próximas semanas. O incêndio que resultou na morte de uma professora de artesanato na madrugada de segunda-feira já intrigava pelo fato do corpo da vítima ter sido encontrado perto da porta da casa, o que indica que ela tentou fugir. Agora, um novo fato deixa o caso ainda mais complexo. Uma arma foi localizada junto ao cadáver, e os policiais ainda não têm ideia do que pode ter acontecido.
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O incêndio ocorreu por volta das 2h de segunda-feira na casa em que Maria Nadir de Oliveira vivia na comunidade de Linha Triângulo, no interior de Ibicaré. Os bombeiros tentaram controlar as chamas com mais de 14 mil litros de água, mas o imóvel de três pisos ficou totalmente destruído. Maria foi encontrada parcialmente carbonizada perto da porta da casa.
Nesta terça-feira, a polícia divulgou que, durante a remoção do corpo para o Instituto Médico Legal (IML) de Joaçaba, uma arma foi encontrada sob o cadáver. O revólver calibre 38 estava com seis munições, das quais, quatro deflagradas e duas intactas.
O policial civil Onirio de Matos, responsável pela delegacia de Ibicaré, aguardará o laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP), que deve ficar pronto em até 15 dias, para saber se a morte de Maria foi provocada por intoxicação da fumaça ou por projétil da arma. Caso tenha sido um tiro a causa do óbito, será necessário constatar se o disparo partiu de outra pessoa ou da própria vítima.
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Onirio garante que nenhuma hipótese será descartada, de suicídio a latrocínio, que é o roubo seguido de morte. O policial comenta que Maria estava viúva há aproximadamente um ano e havia entrado em acordo com os três enteados quanto ao inventário do marido.
A professora era bem quista em Ibicaré e, a princípio, não tinha inimigos ou motivos que levassem alguém a matá-la. Sabe-se, porém, que Maria era uma mulher destemida e que possuía arma de fogo para se defender, tanto que, segundo Onirio, vizinhos teriam dito que ela costumava a atirar em animais que se aproximavam da propriedade para atacar as galinhas que criava. Comenta-se também sobre uma possível coleção de selos de valor elevado que Maria teria em casa, além de dinheiro.
– É um caso de difícil solução, pois o incêndio destruiu muitas evidências. Até a arma ficou queimada, o que compromete a identificação de digitais. Vamos trabalhar com todas as hipóteses -, diz o responsável pela delegacia de Ibicaré.
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Inicialmente, a Polícia Civil tem 30 dias para encerrar o inquérito, mas Onirio já cogita pedir prorrogação de prazo caso não tenha concluído as investigações. Ele também não descarta pedir auxílio à Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Joaçaba caso o laudo da perícia aponte para um possível assassinato.