Milhares de pessoas se mobilizaram nesse sábado em diferentes cidades da Argentina para protestar contra as “vacinações de privilégio” contra a Covid-19, um escândalo que custou o cargo do ministro da Saúde do governo de Alberto Fernández.

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Agitando bandeiras, os manifestantes se concentraram na Praça de Maio da capital e em outras cidades, como Córdoba (centro), Rosario (centro-leste) e Mar del Plata (sul). Os protestos ocorreram sem incidentes, exceto em frente à residência oficial de Olivos (periferia norte), onde houve atritos entre opositores e um grupo de sindicalistas defensores do governo.

Participaram dos protestos dirigentes do Juntos pela Mudança – coalizão que responde ao ex-presidente Mauricio Macri, entre eles a ex-ministra da Segurança Patricia Bullrich. Nas grades em frente à Casa Rosada, manifestantes penduraram grandes sacos mortuários pretos com o nome de líderes governistas vacinados, um ato condenado no Twitter pelo presidente argentino.

Devido ao escândalo, Fernández afastou o ministro Ginés González García, um especialista em saúde pública renomado, que foi substituído por Carla Vizzotti, segunda da pasta. O presidente ordenou a divulgação de uma lista de 70 pessoas vacinadas fora do protocolo, a maioria por serem “funcionários estratégicos” do Estado, embora alguns sem justificativa. O episódio representou um golpe na imagem do governo, que esperava exibir seu plano de vacinação como uma conquista, acompanhado pela recuperação econômica.

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Com 44 milhões de habitantes, a Argentina registra mais de 2 milhões de casos de Covid-19 e 52 mil mortos. Um milhão de pessoas já foram vacinadas, segundo o governo.

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