No dia seguinte ao rebaixamento da nota de risco da Argentina para CC e avaliação de que uma moratória no país é provável, analista já discutem uma possível troca dos títulos da dívida.
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Em entrevista à Rádio Mitre reproduzida no jornal Clarín, o ex-ministro da Economia do país, Roberto Lavagna, disse considerar válida a reabrir a renegociação feita pela primeira vez em 2005 e repetida em 2010.
– Se reabrir a troca (de títulos) implica que em algum ponto haja renúncia da parte dos credores similar a de quem entrou voluntariamente, pode servir – disse Lavagna.
O ex-ministro foi o formulador da proposta levada aos credores da Argentina no governo de Néstor Kirchner. Um dos problemas atuais é uma disputa com fundos chamados pelos argentinos de “abutres” _ referência aos que ganham dinheiro apostando no calote da dívida soberana dos países.
Para que ocorra uma nova troca, porém, Lavagna defende a necessidade de participação de outros atores, como o governo dos Estados Unidos, o G-7 (grupo dos países mais desenvolvidos) e do Clube de Paris.
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Nos últimos dias, o governo argentino vem se mostrando disposto a fazer uma troca de título da dívida com os chamados “fundos abutre”.
Essa disposição foi feita durante o exame de uma ação judicial movida por investidores dos EUA para uma parcela da dívida do país que segue em moratória, porque esses credores não aderiram às trocas anteriores, que representaram perdas de até 70% do valor nominal dos títulos da dívida – ou seja, para receber alguma parte do que emprestaram ao país, esses investidores abriram mão de US$ 70 a cada US$ 100 devidos.