Eles vêm de uma capital conhecida pelo apreço à cultura, onde mais de 300 espetáculos teatrais são encenados a cada semana – seja em grandes casas, pequenas salas ou galpões de velhas fábricas.
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Em julho, visitam Blumenau ano após ano, sem falhar, para levar sua arte além das fronteiras. Não há dado oficial tabulado pela organização do Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau, o Fitub – que encerra a 28a edição amanhã, mas Pita Belli, coordenadora do evento desde 1998, não hesita ao afirmar: o teatro argentino sempre foi, disparado, o mais presente na Mostra Ibero-Americana, por onde já passaram também grupos do Uruguai, Colômbia, Chile, Portugal e até de Israel.
Neste ano, os três concorrentes são de Buenos Aires.
É provável que isso aconteça justamente pela força tanto do teatro comercial quanto do independente, alimentados pelos alunos dos disputados cursos superiores em Artes Cênicas da capital e de cidade como La Plata, Córdoba e Mendoza.
Mas outro fator que pesa na hora de suar para obter recursos para viajar até Santa Catarina em pleno inverno – o que não impediu um passeio até a praia na folga pós-espetáculo – é a enorme importância conferida ao único festival universitário do Brasil com uma mostra dedicada exclusivamente a espetáculos estrangeiros.
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– É o evento que mais dá retorno e reconhecimento para nós. Conseguimos a verba para viajar até aqui com rifas, nos apresentando e também colocando dinheiro do próprio bolso, pois vale a pena – conta Carolina Pin, que apresenta com os colegas da Universidad Nacional de las Artes (UNA) a comédia musical Residencia Canterville hoje, às 17h.
:: Confira a programação completa do Fitub
– Sair de Buenos Aires para vivenciar um intercâmbio assim, conhecendo como se faz teatro no Brasil, é uma experiência linda. E não estamos acostumados a encenar em palcos como este do Carlos Gomes -revela Bárbara Sánchez, recém-graduada da Escuela Metropolitana de Arte Dramático, que trouxe a peça Intento – Materia Sutil de un Poema Inconcluso.
Conhecer inspirações e ideias bem diferentes das criadas para palcos portenhos também é uma das recompensas obtidas com a viagem para Blumenau.
– Nunca vemos espetáculos brasileiros em Buenos Aires, então é uma oportunidade para notar as diferenças, novidades e tendências – opina Romina Triunfo, que apresentou também pela UNA uma peça de alta intensidade na noite de domingo: Rapsodia Para Príncipe de la Locura (Variaciones, Especulaciones y otras Barbaridades sobre Hamlet).
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