A classificação da Argentina diante da Croácia, na semifinal da Copa do Mundo, foi acompanhada por torcedores argentinos que moram em Dionísio Cerqueira, no extremo oeste de Santa Catarina. A cidade, com população de 15 mil pessoas (segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é localizada na fronteira do Brasil com a Argentina.

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Os brasileiros convivem diariamente com os vizinhos argentinos de Bernardo de Irigoyen, que vão de um país a outro ao atravessar uma praça.

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Nas duas cidades bandeiras do Brasil e da Argentina são facilmente encontradas em comércios. Mas quando o assunto é futebol, os sentimentos afloram e as provocações são comuns, principalmente durante os jogos da Copa do Mundo.

Com o Brasil fora do mundial, a terça-feira foi tranquila em Dionísio Cerqueira. Porém, a tranquilidade durou até Lionel Messi abrir o placar para a Argentina. Em um bar da cidade, gritos de comemoração ecoaram pela pequena cidade catarinense já que um grupo de argentinos preferiu acompanhar o jogo no Brasil.

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– Eu gosto de assistir aqui porque é mais tranquilo e eu consigo me concentrar melhor na partida, ao lado dos meus amigos. Me sinto muito bem aqui – afirmou Katry Katrielo, um jovem argentino, natural de Bernardo de Irigoyen.

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No mesmo bar, alguns catarinenses acompanharam o jogo ao lado dos “hermanos”, com um clima amigável. Cleydson Matto é o dono do local e afirma que no local, todos são bem-vindos.

– Aqui todo mundo se dá bem e somos apaixonados por futebol. Claro que gostaríamos que o Brasil estivesse nessa semifinal, mas já que não está, vamos torcer para os nossos vizinhos – disse.

No outro lado da fronteira, Bernardo de Irigoyen foi tomada pela festa argentina durante todo o jogo. Principalmente após os dois gols de Julian Álvarez, que carimbou o passaporte da Albiceleste para a grande final da Copa do Mundo.

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Na conveniência de um posto de combustíveis, cerca de 100 argentinos se reuniram para ver a partida. Em dia de jogo da Argentina, toda a cidade para, como fosse um feriado nacional. Nesse local, no meio das camisetas azul e branco, teve espaço para um pouco de Brasil. Dois homens com camisetas de clubes brasileiros, Corinthians e Grêmio.

Rodrigo Alves começou a torcer pelo time paulista após a conquista o Mundial de Clubes em 2012. “Eu sou muito fã do Cássio e de tudo que ele representa para o futebol. Hoje estou aqui torcendo pelo meu país. Gostaríamos de uma semifinal com o Brasil, já que não deu, vamos nos vingar por vocês”, explicou.

Já o gremista argentino Carlos Ferreira é filho de brasileiros, mãe gaúcha e pai catarinense. Disse que durante a Copa do Mundo o coração fica dividido entre os dois países. Agora torce para a Argentina ganhar o mundial.

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Após o apito final do árbitro, a fronteira foi tomada pelos argentinos, com som alto e foguetes. Essa tradição de comemorar as vitórias da seleção Argentina é antiga, assim como o tão sonhado título mundial após 36 anos.

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