Pela primeira vez em 12 anos, os argentinos chegam às vésperas da eleição sem a mínima condição de afirmar se haverá ou não segundo turno. Se nenhum dos seis candidatos vencer com margem suficiente no domingo, a balotage, como os argentinos chamam o segundo confronto, será no dia 22. Seria a primeira vez que os argentinos elegeriam o presidente no segundo turno – em 2003, Carlos Menem e Nestor Kirchner foram para o duelo, mas o primeiro acabou desistindo da corrida eleitoral antes do dia da votação.
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Para ser eleito domingo, o primeiro colocado deve conquistar 40% dos votos, além de uma diferença de 10 pontos percentuais em relação ao segundo. Outro requisito possível é 45% dos votos mais um. Daniel Scioli, da coalizão Frente para a Vitória, tem, em média 38% contra 28% de Mauricio Macri, da aliança Cambiemos.
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Ir para segundo turno seria um pesadelo para Scioli, o candidato de Cristina Kirchner. Estrategistas de campanha acreditam que, em um novo duelo, valeria a força do voto “anti-K”, ou seja eleitores de Macri se uniriam ao do terceiro candidato nas pesquisas, Sergio Massa, para vencer Scioli.
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Desde as 8h desta sexta-feira, a Argentina está no período chamado “la veda”, quando ficam proibidas propagandas políticas em rádio e televisão e “vedadas” manifestações dos candidatos nas ruas. No entanto, nas redes sociais, a campanha segue. Não há uma lei eleitoral específica para a disputa política na internet.
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Os principais jornais do país destacam o encerramento da campanha. Scioli, que liderou um grande evento no Luna Park, defendeu em seu último discurso antes do domingo “continuidade com mudanças” – é uma tentativa de seduzir o voto independente. Garantido o apoio dos kirchneristas, para chegar aos 40% e ganhar no primeiro turno, o candidato precisa desta parcela da população que ainda não se decidiu. O prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri encerrou a campanha em Córdoba.
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– Estamos a horas de mudar a história com nosso voto – afirmou.
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Macri, apoiado por setores empresariais argentinos, também busca o voto de indecisos, capazes de, pelo menos, levar a disputa para o segundo turno. Mesmo que improvável uma aliança entre ele o terceiro colocado, o deputado Sérgio Massa, que diz representar o verdadeiro peronismo, a balotage pode significar o fim do kirchnerismo.

*Zero Hora