Está oficialmente aberta a temporada de argentinos em Balneário Camboriú. Os hermanos, como cordialmente são chamados aqui, começaram a chegar à cidade no fim de semana. Nesta segunda-feira, ônibus vindos de todas as partes do país estão previstos para estacionar nos hotéis do município.
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Apesar da grande procura nesta época do ano, o sotaque inconfundível e as camisetas do Lionel Messi não devem ser tão percebidos em Balneário como no mesmo período do ano passado. E a crise econômica pela qual passa a Argentina é a grande responsável por isso.
Para tentar brecar a crise, o governo argentino está contendo gastos externos como, por exemplo, com a aquisição de produtos importados. Outra maneira de fazer isso, conforme explica o economista Ivanir Schroeder, é restringir a compra de moeda estrangeira.
– Eles (argentinos) normalmente trocam o peso argentino por dólar para vir pra cá. Com a crise, o governo está restringindo a compra – explica.
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Redução anunciada
Diretora de hospedagem do Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Balneário Camboriú (Sindisol), Dirce Fistarol, explica que esse movimento reduzido já era esperado, pois os argentinos costumam fazer as reservas em setembro. Dirce diz que eles tradicionalmente começam a chegar neste época porque passam o Réveillon em família.
Como os hotéis e pousadas da cidade trabalham com pacotes para a virada do ano, somente quando esses pacotes se encerram é que os estabelecimentos podem receber novos hóspedes. Apesar da diminuição de turistas argentinos em relação ao ano passado, isso não deve refletir em prejuízo econômico para a cidade. Segundo ela, houve um aumento da procura de brasileiros por Balneário Camboriú.
Diretor de hotel, Ademar Schneider, que já respondeu pela Secretaria de Turismo de Balneário, diz que além dos brasileiros, os chilenos também têm surpreendido no número de reservas. Hoje, eles equivalem a 20% da ocupação, contra 30% dos argentinos.
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– Os chilenos vêm preenchendo muito bem o espaço deixado pelos argentinos com a crise.
A expectativa é que a lotação, até o final do mês, oscile entre 75 e 80% na rede hoteleira da cidade. A queda na vinda dos argentinos será sentida, segundo Schneider, somente após o Carnaval – época em que os brasileiros não costumam viajar.
Previsão no Estado é otimista
De acordo com a Polícia Federal de Dionísio Cerqueira, no Extremo-Oeste, desde o dia 2 de janeiro cerca de mil argentinos passaram diariamente pela fronteira. Neste último final de semana, os voos charter com turistas da América do Sul chegaram até a registrar overbooking (quando são vendidos mais passagens do que o limite das aeronaves), segundo o presidente da Santur, Valdir Walendowsky.
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– Soube que 20% dos assentos dos voos que chegaram neste final de semana tiveram overbooking. Isso deve ter ocorrido porque o pessoal do turismo, achando que não iriam vender tanto, por causa da crise, venderam mais achando que teria desistência depois. O que não ocorreu – analisa.
Este último final de semana foi o primeiro da temporada dos turistas latinos no Estado. Segundo Walendowsky e o cônsul da Argentina em Santa Catarina, Emilio Julio Neffa, os argentinos tradicionalmente deixam para vir para o Estado após as festas de virada de ano.
– É normal que o argentino venha após o Réveillon, porque ele gosta de passar esta data com toda a família, na Argentina. Ainda não vi uma grande quantidade de carros com placas de lá circulando pelas ruas, mas não acredito que haverá uma diminuição este ano. Acredito em uma boa temporada – projetou Neffa.
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