Mais conhecido no Brasil pela agridoce crônica da paixão na maturidade que mostrou em Elsa e Fred (2005), filme que fez muito sucesso no circuito alternativo de Porto Alegre, o argentino Marcos Carnevale assina a comédia Viúvas, que estreia hoje na Capital.

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Este tipo de produção pode servir como termo de comparação em relação ao cinema popular na Argentina e seu equivalente no Brasil. A trama tem como protagonista Elena (Graciela Borges), famosa diretora de documentários que imagina estar vivendo um casamento sólido e feliz com o marido músico. Até ser informada de que ele teve um mal súbito e está internado, à beira da morte. Pior: descobre que o sujeito foi levado ao hospital por sua amante, Adela (Valeria Bertuccelli). Além do baque, Elena depara com um pedido insólito do moribundo, que deseja que a mulher sustente a outra.

Viúvas (Viudas, 2011), como é recorrente no cinema argentino, aborda esse imbróglio sentimental trabalhando sobre o registro cômico e com temperos melodramáticos. É uma fórmula que, apesar da boa tradição argentina, por vezes desanda em excessos, mas não costuma subestimar a inteligência do espectador – como fazem algumas comédias populares no Brasil.

O trunfo do filme é o elenco. Graciela é um das grandes atrizes argentinas, com participações marcantes como a irmã megera do ótimo Dois Irmãos (2010), de Daniel Burman. Valeria atuou em longas como Clube da Lua (2004), de Juan José Campanella.

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