O duelo entre Argentina e Alemanha domingo pode ser representado em Santa Catarina por duas regiões. A primeira é o Litoral Norte, um dos locais preferidos dos hermanos que trocam o país platino pelo nosso. O outro é o Vale do Itajaí, berço da colonização alemã e onde as tradições são mantidas até hoje. Mas há quem prefira o contrário. Caso do argentino Alfredo Mestais, que há 17 anos mora em Blumenau, e do alemão Jochen Rohlfs, que há quatro escolheu Balneário Camboriú.

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Curiosamente, os dois se conhecem. E aproveitam os momentos pré-jogo para acirrar a rivalidade que vem desde as finais das Copas de 1986 (vencida pela Argentina em cima da Alemanha) e 1990 (quando aconteceu o contrário).

– Antes a gente já ficava conversando pelo Facebook e eu dizia que a Alemanha nem ia chegar. Semana passada eu até falei que a final seria entre Brasil e Argentina – diz o argentino Alfredo, que é comerciante e tem 51 anos.

– Conversamos bastante e eu até devo ligar para ele antes do jogo começar. Até para desejar boa sorte – retruca o engenheiro mecânico alemão Jochen, de 63 anos.

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Os dois ganharam confiança nas respectivas seleções durante a Copa do Mundo. Alfredo acredita que a lesão do atacante Aguero ajudou a equipe. Para ele, antes o time era ofensivo demais. O comerciante até confessa uma superstição que, segundo ele, tem dado certo:

– Na estreia eu estava com a barba por fazer. Como ganhamos (da Bósnia) resolvi manter e só vou tirar se a Argentina for campeã.

Já Jochen admite que faltava confiança por desconhecer de que maneira a equipe alemã chegaria no Mundial. Temia uma derrota na estreia para Portugal, mas com a goleada por 4 a 0, teve certeza que dava para brigar pelo título. Aposta em um adversário que vai priorizar a retranca e, por isso, diz que a vitória alemã será apertada.

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– A Argentina vai jogar nos contra-ataques e a Alemanha precisa tomar cuidado com isso – prevê.

De volta à rivalidade das finais de 1986 e 1990, seu Alfredo atenta para um detalhe: para os argentinos, a final de 1990 ainda não tem um vencedor. E ele explica.

– Aquele pênalti (marcado no fim do jogo e que definiu a vitória alemã) não existiu. Quem sabe desta vez a gente não ganhe com um pênalti não existente em cima do Higuaín? – diz Alfredo.

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Os dois nem cogitam ver o jogo juntos. Preferem estar em casa, acompanhando sozinhos. Resta saber quem será o primeiro a enviar e-mail para o outro depois do jogo.