Argentina e França disputam a final da Copa do Mundo do Catar neste domingo (18). Uma das duas seleções, em caso de vitória, vai levar a taça para casa pela terceira vez.
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Os colunista do NSC Total Chico Lins, Jéssica Cescon e Rodrigo Faraco analisaram as chances dos finalistas e fizeram suas apostas sobre quem se consagrará campeão.
“Será a final de Messi contra Mbappé”, diz Chico Lins
Argentina e França farão a grande final da Copa do Mundo do Catar. As duas seleções estavam entre as favoritas antes do começo da competição, mas ambas tiveram que passar por um processo acelerado de reconstrução devido às ausências de última hora de jogadores importantes. A França perdeu Kanté, Pogba, Benzema e Kimpembe, além de Lucas Hernandez que se lesionou na primeira partida. A Argentina perdeu Lo Celso, que deu equilíbrio ao time durante todo o período pré-Copa.
Além da qualidade do grupo de jogadores dos dois times, o trabalho dos técnicos, Lionel Scaloni e Didier Deschamps, foi fundamental para as duas seleções confirmarem o favoritismo. Depois da derrota na estreia, Scaloni foi mexendo no time em cada partida até encontrar a estabilidade e competitividade com Enzo Fernández, Mac Allister e Julián Álvarez. Deschamps apostou por um time ofensivo, com Griezmann por trás dos três atacantes, e com Rabiot e Tchouaméni dando sustentação no meio de campo.
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Claro que essa será também a final de Messi contra Mbappé. Veremos a última dança do craque argentino em Copas do Mundo e, curiosamente, contra o seu companheiro de clube, Mbappé, talvez o maior candidato a sucessor do reinado de Messi no futebol mundial.
Que venha a final e todos nós desfrutemos da grandeza deste jogo!
“A França é muito mais time. Já a Argentina é alguma outra coisa”, diz Jéssica Cescon
Duas das favoritas para buscar o título da Copa do Mundo confirmaram o bom futebol chegando à final. Com duas escolas bem distintas de jogo, a França traz o talento, a técnica e um comprometimento ao plano tático de Didier Deschamps tão grande, que fez os franceses nem sentirem falta dos jogadores que desfalcaram o time titular às vésperas do início da competição.

Os franceses vêm em ascensão e jogam com a mentalidade de um time que já sabe como vencer. Quando os franceses pisam em campo, os adversários sentem que estão diante de uma seleção dourada. Não bastasse a inteligência e aplicação ao jogo tático, a seleção francesa tem um astro-rei: Kylian Mbappé, 23 anos, quebrando recordes e sendo, indiscutivelmente, o mais decisivo dos jogadores.
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Já a Argentina é outra história. Não crê tanto assim na exatidão de um cumprimento tático – embora seja óbvio que ela faz em campo o que é necessário taticamente para ser competitiva. Acontece que os hermanos depositam muito mais fé em algo instintivo, num futebol emocionalmente reativo. Muitas vezes isso dá errado e essa ideia de se agarrar no subjetivo para conquistar algo é, para mim, bastante arriscado e insuficiente se não aliado a outros quesitos – mas vai dizer que não é encantador?
É um time de raça, guerreiro e que só não venceu outras vezes porque sentiu falta em campo de um líder que incorporasse essa inquietude que vem da arquibancada. Algo aconteceu desta vez, e Messi, sempre tão genial, mas também insosso diante das adversidades do jogo, nesta Copa pisou em campo com fogo nos olhos. É o craque, o maior desta geração, que decidiu, enfim, ter a alma argentina e agora comanda uma equipe de bons jogadores em busca do campeonato que eterniza os melhores.
Será uma grande final. A França é muito mais time, é o futebol moderno no ápice da materialização da sua teoria. É a classe, o estudo, a exatidão. Já a Argentina é alguma outra coisa.
“Com técnicos estrategistas e jogadores inteligentes, os espaços vão ser mínimos”, fala Rodrigo Faraco
São dois finalistas bem diferentes. A Argentina está mais calçada no jogo coletivo, protegendo a principal estrela para brilhar. A França joga confiando mais no talento individual, não só do principal jogador, mas fazendo tudo para que ele decida.
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Dentro deste jogo coletivo, a Argentina vai se moldando a cada partida e de acordo com o adversário e as necessidades. Fez isso em cada um dos jogos a partir das oitavas de final, com três atacante, ou com três zagueiros, ou ainda com quatro homens no meio-campo.
Para a final, Lionel Scaloni vai fazer uma proteção maior do lado direito da defesa para impedir os ataques, as arrancadas poderosas de Mbappé. O primeiro mandamento é não dar espaços ao camisa 10 francês. O segundo mandamento é ter sempre uma sobra ou até duas. Talvez jogue como na semifinal, com duas linhas de quatro, encurtando o campo na defesa e deixando Messi e Julian Alvarez na frente, mais soltos. Isso atrairia a França, tiraria o espaço de Mbappé e deixaria Messi e Alvarez com espaço para desequilibrar na frente.
A França não vai olhar para a Argentina. Vai olhar para Messi, tentando encurtar o espaço dele. A intenção vai ser tirar Messi das proximidades da área, fazendo ele voltar para buscar jogo. Com boa marcação no setor e não deixando espaços entrelinhas, isto é possível. Mas o time de Didier Deschamps vai ter o mesmo desenho de sempre, pendendo para a esquerda, onde está Mbappé. Sacrificando Rabiot nas coberturas e até Griezmann no preenchimento de espaços.
Os franceses podem ter problemas na finalíssima com estes espaços de meio de campo se não houver boa coordenação de movimentos e leitura de jogo. O desequilíbrio gerado no setor para privilegiar Mbappé no ataque pode ser explorado pelos argentinos. Principalmente se a Argentina congestionar o meio como fez contra a Croácia.
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As estratégias são sempre um jogo de xadrez. Scaloni tem feito movimentos precisos, mas Deschamps também tem uma leitura perfeita. Neste nível de enfrentamento, com técnicos estrategistas e jogadores inteligentes, os espaços vão ser mínimos.
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