Trabalhadores argentinos realizam desde as 12h desta quarta-feira (24), em fuso horário semelhante ao de Brasília, uma greve geral contra o governo de Javier Milei, a primeira em cinco anos no país. Em Buenos Aires, a mobilização se concentra na Praça do Congresso, em pressão aos parlamentares para que barrem um megadecreto econômico do presidente e um projeto de lei que amplia poderes a ele.

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O protesto convocado pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a maior central sindical argentina, é cercado de tensão devido à ameaça de repressão policial de Milei a manifestantes que bloqueiem vias públicas, ao colocar em prática o chamado “protocolo antipiquete”. Em dezembro do ano passado, um primeiro grande ato contra o presidente terminou com confronto e pessoas presas.

Desta vez, a imprensa local não registrou confrontos ao menos até as 15h. Segundo o jornal La Nación, há segurança reforçada nas ruas e trabalhadores circulavam pela calçada nos trechos com trânsito liberado.

Ainda de acordo o La Nación, em outras partes da capital argentina, a sensação é de um dia de domingo, com comércios abertos, mas pouco movimento nas ruas. A greve geral chegou a provocar o cancelamento de voos do país, incluindo os que têm Santa Catarina na rota.

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Causas do protesto

O ato se opõe às duas principais medidas de Milei neste início de governo. A primeira delas é um megadecreto de 366 artigos que revogam uma série de leis e normativas nacionais. Entre as alterações, está prevista a conversão de empresas estatais em sociedades anônimas, para serem privatizadas.

O outro fator causador da greve é a Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos, um projeto de 523 artigos que dá “superpoderes” legislativos a Milei até 2025, período do mandato dele, ao reconhecer emergência pública nas áreas econômica, financeira, fiscal, de segurança e defesa.

O projeto também chamado de “Lei Ómnibus” tinha inicialmente 664 artigos, mas o governo Milei, com minoria no Congresso, se dispôs a negociá-lo para ter a aprovação dos parlamentares.

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