A seleção argentina de Lionel Messi, vice-campeã da Copa do Mundo do Brasil-2014, se classificou para o Mundial da Rússia no último respiro e sem nunca entusiasmar dentro de campo. Ainda assim, o país finalmente vai ser cabeça de chave no sorteio para a competição.

Continua depois da publicidade

Em uma eliminatória para ser esquecida, a seleção dos “hermanos” esteve por um fio de não conseguir a vaga e deixar o Mundial sem Messi.

A Argentina sofreu mais do que o esperado e só carimbou o passaporte na última rodada, quando venceu o Equador por 3 a 1 na altitude de Quito. O time começou perdendo, mas virou graças a atuação espetacular de “La Pulga”, autor dos três gols.

A seleção de Messi chegou a maior competição do futebol aos trancos e barrancos, deixando dois treinadores pelo caminho. Gerardo Martino e Edgardo Bauza foram demitidos, até Jorge Sampaoli assumir a responsabilidade em junho.

Continua depois da publicidade

Nenhum dos três técnico que comandaram o time nos últimos dois anos encontrou a fórmula mágica para usar Messi da melhor forma. O maior artilheiro da história da seleção, com 61 gols, não corresponde na seleção da mesma forma que faz no Barcelona.

Há 20 dias, a Argentina mostrou que ainda está longe de acertar o rumo. O time venceu a Rússia em amistoso por apenas 1 a 0, mas depois foi derrotado por 4 a 2 para a Nigéria.

O incômodo é tanto que Diego Maradona se candidatou para reassumir a seleção. A lenda argentina comandou a equipe na Copa da África do Sul-2010, quando caiu nas quartas de final após perder por 4 a 0 para a Alemanha.

Continua depois da publicidade

“Eu estou furioso porque entregam nosso prestígio. Mas os rapazes não têm culpa. EU QUERO VOLTAR”, escreveu Maradona em sua conta no Instagram depois da derrota para os africanos.

– Gol é amor –

O grande problema da Argentina é descobrir como a equipe vai rodear seu capitão, responsável pelo passe decisivo ou que em dois ou três toques penetra na área adversária, como no Barça. Nada disso é visto com o time nacional.

A Argentina ficou 309 minutos sem balançar as redes na eliminatória. Quem encerrou a seca foi um zagueiro venezuelano, que marcou contra no frustrante empate em 1 a 1 contra a frágil Venezuela. E as duas rodadas que restavam para o fim da competição pressionaram a situação do país, na zona de repescagem.

Continua depois da publicidade

O que impressiona é que não faltam atacantes, mas gols. Sergio Agüero, Mauro Icardi, Angel Di María, Gonzalo Higuaín, Paulo Dybala e Cristian Pavón são várias das opções para o ataque argentino, mas a eficiência de todos cai quando vestem a camisa da seleção.

Sampaoli fez de tudo para encontrar uma solução. Agora chegou a dizer que não descarta voltar a convocar Higuaín, fora dos últimos jogos eliminatórios contra Uruguai (0-0), Venezuela (1-1), Peru (0-0) e Equador (3-1).

Em conversa na segunda-feira (27) na escola Deportea de jornalismo esportivo, Sampaoli explicou que era complicado convocar Higuaín pela recusa dos torcedores: “tinha muita pressão sobre ele. Agora estamos no prazo mediano e acho que pode ser um jogador importante”.

Continua depois da publicidade

“O estilo do time é atacar com seis jogadores e defender com quatro”, foi a fórmula que Sampaoli propôs para definir sua ideia de jogo. Segundo o técnico, a Argentina “não tem laterais de elite para encarar o Mundial contra as potências”.

– Argentina não é favorita –

Quarta colocada no ranking da Fifa em outubro, a Argentina é uma das seleções cabeça de chave para o sorteio de sexta-feira, junto da Rússia, Alemanha, Brasil, Portugal, França, Bélgica e Polônia.

“O pior que nos pode acontecer no sorteio é Espanha para a fase de grupos. É preciso evitá-los, pelo que significa a seleção espanhola, um rival muito difícil”, advertiu Messi em entrevista recente.

Continua depois da publicidade

Segundo o craque, os candidatos ao título em solo russo são Espanha, Brasil, Alemanha e França. Para ele, os times “estão com melhor imagem, melhor jogo e melhor individualmente do que a Argentina”.

Sampaoli concorda com seu principal jogador ao admitir que “Brasil, França e Espanha estão um passo à frente da Argentina pelo tempo de trabalho”.

“A Alemanha eu não digo, não porque me esqueça mas porque não gosto como joga”, surpreendeu o treinador.

Continua depois da publicidade

Na última edição do Mundial, a Argentina de Sabella foi freada na final e viu de perto festa da Alemanha, que venceu a decisão por 1 a 0 no Maracanã.

* AFP