Produtos básicos na Argentina, como arroz, frutas, carne, pão e erva mate, já têm alta de preços em razão do pacote fiscal anunciado pelo presidente recém-eleito Javier Milei. O próprio ministro da Economia local, Luis Caputo, afirmou na ocasião em que lançou o chamado “Plano Motosserra”, na terça-feira (12), que o país terá uma inflação ainda mais dura ao menos em um primeiro momento.

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Um levantamento informal realizado pelo portal de notícias argentino Infobae junto a grandes varejistas locais identificou que, entre 30 produtos da cesta básica, haverá alta média de 98,7%. Entre os itens pesquisados, o alface terá subida de 36,1%, a menor da lista. Já a banana deve ter inflação de 208,9%.

O pacote fiscal de Milei prevê, entre outras medidas, a desvalorização forçada do peso em relação ao dólar e o aumento provisório de um imposto sobre a importação. Além disso, serão reduzidos os subsídios à energia e aos transportes, o que também pressiona o orçamento das famílias mais pobres.

— Estamos herdando uma inflação reprimida, que já está aparecendo e é consequência do atraso de uma política monetária ultraexpansiva e do controle de preços, o que nunca funciona a longo prazo — disse o ministro argentino Luis Caputo no lançamento do primeiro pacote fiscal do novo governo.

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Na ocasião, ele afirmou também que os argentinos já têm visto aumentos de quase 100% nos preços nas gôndolas dos supermercados. Disse ainda que a tendência era isso piorar durante alguns meses.

A Argentina registrou em novembro uma inflação de 12,8%, a maior taxa mensal do ano. Em 12 meses contados até o último, a alta média dos preços no país esteve acumulada em 160,9%.

O novo presidente argentino, Javier Milei, afirmou, em seu primeiro discurso após ser empossado, que a inflação no país deve ser de 20% a 40% a cada mês até fevereiro do próximo ano.

Um relatório recente do banco americano JPMorgan estima que a inflação da Argentina terminará em 210% em 2024, com ritmo desacelerado apenas a partir do segundo semestre.

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Manifestantes podem ser presos

A ministra da Segurança Nacional da Argentina, Patrícia Bullrich, divulgou um pacote de medidas nesta quinta-feira (14) para evitar o bloqueio de ruas e pontes por manifestantes, ameaçando prender em flagrante quem fizer piquetes que impeçam a circulação total ou parcial da população. No entanto, a ministra não detalhou como as autoridades atuarão e o que o governo fará com o registro de pessoas e empresas envolvidas em piquetes.

Protestos estão marcados para o dia 20 de dezembro contra o aumento de preços promovido pelo governo Milei. As manifestações públicas são comuns entre a população argentina e costumam ser concentradas no centro de Buenos Aires.

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