O governo argentino resolveu retirar seu embaixador do Paraguai, depois da destituição do ex-presidente Fernando Lugo, “pela ruptura da ordem democrática”, anunciou neste sábado a chancelaria em um comunicado à imprensa.

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– Diante dos graves acontecimentos institucionais ocorridos na República do Paraguai, que culminaram com a destituição do presidente constitucional Fernando Lugo e a ruptura da ordem democrática, o governo argentino retira imediatamente seu embaixador de Assunção -, informou o Ministério das Relações Exteriores.

Em um breve comunicado, a chancelaria esclareceu que a representação diplomática argentina no Paraguai “ficará a cargo de um encarregado pelos negócios até que seja restabelecida a ordem democrática”.

Lugo foi destituído na sexta-feira em um julgamento político sumário de um dia, acusado pela Câmara dos Deputados de “mal desempenho de suas funções” e, em seu lugar, assumiu o vice-presidente, Federico Franco.

Na noite de sexta-feira, a presidente argentina Cristina Kirchner qualificou a destituição de Lugo de “golpe de Estado” que considerou “inaceitável” e antecipou que Argentina “não reconhece” o novo governo paraguaio.

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Entenda o caso

Ex-bispo católico, Fernando Lugo foi eleito presidente do Paraguai em 2008. O motivo para o pedido de impeachment – proposto ao meio-dia de quinta-feira e aprovado no final da tarde desta sexta – é o “mau desempenho de suas funções”.

A maior razão que levou a oposição a desencadear o processo foi a execução de seis policiais e 11 sem-terra em um confronto que ocorreu no dia 15 de junho, em Curuguaty, a 250km da capital Assunção.

A Câmara dos Deputados aprovou o pedido de julgamento político para destituir Lugo – por 76 votos a um. Na sequência, o Senado confirmou a decisão final para o impeachment para as 17h30min desta sexta. A condenação dependia da aprovação de 30 dos 45 senadores (dois terços).