O casal transexual Alexis Taborda e Karen Bruselario, de Victoria, na Argentina, teve dificuldade no processo de adoção e resolveu engravidar. Já que ambos continuam com seus órgãos sexuais originais, ele, nascido mulher, aceitou parar o tratamento hormonal que fazia para ter feições masculinas. Ela, ajudou o companheiro a passar pela transformação. Há um mês nasceu Gênesis Evangelina, filha do casal.

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– Para mim, foi muito complicado psicologicamente voltar a menstruar, ver os meus seios crescerem. (…) Ela [karen] me dizia o tempo todo que eu continuava sendo homem e que nada tinha mudado -, lembra Alexis.

O caso, registrado na Argentina, é considerado inédito, sendo que Alexis é, por lei, um homem.

– Precisamos da ajuda de um advogado porque o hospital queria colocar “senhora Alexis” na ata hospitalar do nascimento da minha filha. Como eu tenho minha identidade reconhecida pela Lei de Igualdade de Gêneros, eles foram obrigados a colocar no registro “senhor” – conta.

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Apesar de toda a divulgação na mídia, Alexis revela em entrevista a Folha de S. Paulo, desta segunda-feira, dia 20, que por viverem em uma cidade pequena e conservadora, a 371 km de Buenos Aires, não conseguem emprego por conta da discriminação.

– Estamos desempregados. Aqui ninguém nos dá emprego. É louco se ver em todos os jornais, sites, se olhar no espelho e falar “não tenho trabalho, não tenho como dar sustento à minha família” -, desabafa.

O casal divide um apartamento com uma amiga e vivem de doações. Até o fim da gradidez, Alexis e Karen vendiam empanadas e tortas na rua.

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