O Governo da Argentina prepara um agressivo e milionário plano de investimentos em obras públicas para resistir a possíveis efeitos adversos da crise financeira em sua economia. Segundo declarações publicadas hoje pelo jornal La Nación, o ministro do Planejamento argentino, Julio de Vido, disse a empresários locais que o programa será “muito agressivo” e buscará “reforçar o nível de atividade econômica e emprego”.

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O plano significaria o pagamento de 1,5 bilhão a 3,5 bilhões de pesos (entre US$ 463 milhões e US$ 1,083 bilhão) e seria financiado com fundos do orçamento da Secretaria de Obras Públicas que seriam deslocados para projetos que requeiram maior mão-de-obra para incentivar o emprego.

Além destes investimentos, o Governo prepara, através do Banco de la Nación Argentina, um plano de créditos para pequenas e médias empresas e produtores agropecuários de 1,2 bilhão de pesos (US$ 371,5 milhões) para projetos produtivos.

Por outro lado, o Governo pediu que os empresários mantenham o nível de emprego, depois que o setor de fabricação de automóveis – que liderou a expansão industrial do país após a crise de 2002 – advertiu sobre possíveis demissões perante uma diminuição na atividade varejista derivada da crise financeira mundial.

Também por causa da crise, o Governo já ditou medidas para proteger sua indústria da entrada de produtos importados a preços baixos, principalmente da Ásia, e relançará planos para compras públicas que favoreçam os artigos feitos no país.

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Por isto, os industriais e exportadores continuam reivindicando do Governo uma taxa de câmbio mais competitiva para seguir a tendência de desvalorização do real, mas as autoridades argentinas descartaram desvalorizações bruscas do peso por medo de pressões inflacionárias.

A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, destacou que, “em momentos de grandes dificuldades internacionais e crise financeira global”, os argentinos devem “unir esforços, juntar recursos materiais e intelectuais para ajudar a pensar e resolver os desafios enfrentados pelo crescimento” do país.

Em uma coluna de opinião no jornal “Notícias de la Costa”, Cristina defendeu a “importância da assinatura de convênios” para sustentar a obra pública em um momento de “mudança de paradigma” e plena volatilidade financeira.

– O grande desafio é, portanto, dotar a estrutura econômica dos profissionais necessários para forjar um círculo virtuoso de maior indústria, melhor qualidade de emprego e inovação tecnológica – escreveu.

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